Saturday, December 15, 2018

IGREJA METODISTA RECONCILIADORA ABERTA ÀS PESSOAS LGBTQIA+

É POSSÍVEL SER GAY E CRISTÃO SIM!

IGREJA METODISTA RECONCILIADORA IPEG - UMA IGREJA RECONCILIADORA NO BRASIL ABERTA À TODOS AS PESSOAS LGBTQIA+...


A Igreja Metodista IPEG alinha sua prática religiosa à abertura da Comunhão Cristã Aberta a todos os LGBTQIs, assim como a Rede de Reconciliadores tem feito na Igreja Metodista Unida Americana. Somos uma Igreja Reconciliadora, que entende a diversidade humana como uma dádiva divina, por meio da qual Deus manifesta à humanidade sua multiforme graça.

A Igreja Metodista IPEG acredita que a salvação é realizada por meio da graça divina, mediante a fé em Jesus, que é um dom de Deus, dado independentemente de raça, sexo, gênero, identidade de gênero ou orientação sexual, pois Deus não faz acepção de pessoas; pelo contrário, em qualquer lugar, aquele que o teme e faz o que é justo lhe é aceitável.

Os fundamentos aceitos e ensinados pela Igreja Metodista IPEG são:

1. Fé
2. Amor
3. Graça
4. Reconciliação
5. Unidade
6. Diversidade
7. Caridade

Para mais informações, siga o link: @metodistaipeg

WHAT KIND OF GAY AM I?

"WHAT KIND OF GAY AM I?"

"Those who waste their time stalking, scolding or disapproving whoever are actually doing it to themselves".


It saddens me when people use the Bible to find grounds for their sins and prejudice. I've read and heard a lot of things for and against homosexuals (What kind of things have you ever heard about Bible against LGBTQIA+ people). 

When we are overly concerned about something that denotes a neurotic behaviour. Either we are trying to disguise something, or our subconsciousness is pushing us to out something that is ingrained into us. "What bothers me too much on others is actually a part of me". This is a classical psychoanalytical statement. Be careful! Those who waste their time stalking, scolding or disapproving whoever are actually doing it to themselves. There is something deep inside that has not been dealt with yet and that bothers us. (Have you ever heard or known somebody who used to persecute homossexuals and then you got to know that this person was actually homossexual?)

I can say that, to a certain extent, all of us have got a gay within us with whom we relate. We can out him and make peace with it, or we can reject him. Being gay is something that is within us and not something we can simply do away with. Many people over the course of History have chosen a minority group to be destroyed: Jews, indigenous peoples, Africans, women, and nowadays, gays. (Do you think the US is a safe place for LGBTQIA+? What can we do to make it safer?)

Not very long ago we had been discussing whether women should or shouldn't be pastors and bishops. Many people were for it, but many weren't. In both cases, people used the Bible to support their points of view. After a couple of decades, we can all laugh at that debate, which was nothing but a reflection of that historical moment when men were losing their hegemony on power to women (both in and out of Church). It was a case of prejudice and sin seeking to be justified by the Bible. (Has anyone ever used the Bible to condemn you for being who you are?)

Those who keep trying to find verses here and there to justify their prejudices find it hard to understand what Jesus taught so many times during his ministry: love your neighbour as yourself. That pretty much sums up all of the Law. To me this is the central matter: people are not ready to love the gays because they threaten their masculinity and their femininity. And if what's under threat is being male or female it is exactly because these categories were never set in stone. When a gay person comes out, that is disturbing both to society and to individuals. Why are they disturbed about it? If we know so well what male and female mean (as defined by our culture), there is nothing to worry about! (

Working our inner gay is a far more positive effort than trying to repress the gay outside of us. Doing the latter won't solve our sexual neurosis. When I am able to let go of my prejudice and hug a gay person as a human being then I will have discovered what true love is, the one that Jesus spoke so much about. And let's not forget that every homosexual person has a mother and a father. If he or she were your child, would your posture be the same? Think about it. 

Text by Reverend Marvel Souza 

Friday, December 14, 2018

Grace is present when God chooses His people – Book of Genesis

(...) in this imperfect manner, God chose the traits of His people.



We find God's grace in the Old Testament as a fundamental element when Godchooses His people. The people who were connected to the divine plan were not virtuous enough to be chosen and to become the people of God. One should notice that the last of the patriarchs in the book of Genesis is a complicated individual, who turns out to be a consummate cheater. Nevertheless, he was chosen to become the father of those who would later form the twelve tribes of Israel, not to mention that he would be the forefather of Jesus Christ, our Savior. As the people of God are chosen, grace finds us, regardless of our faults or virtues. The following explanation demonstrates how the grace of God chooses men:
Abraham's eldest son was Ishmael. Nevertheless, Isaac was the one to receive the promise;
Isaac's eldest son was Esau, but it was Jacob who carried the blessing forward;
Jacob's eldest son was Reuben, but Judah's lineage was the one chosen for the Messiah to be born in.
These men were chosen by grace: in this imperfect manner, God chose the traits of His people.
We must understand that the Divine grace is offered to all men in the same way – God continues to call upon people who are imperfect, and who may be virtuous. However, He doesn't chose anyone for his/her imperfections or virtues: he chooses them because God is gracious. We are a part of God's project because of his infinite grace, because the Divine grace is naturally inclusive.


Author: Pastor Marvel Souza

Wednesday, December 5, 2018

O Quadrilátero Wesleyano - Interpretação Metodista

A Teologia Quadrilátera de João Wesley
O termo “Teologia Quadrilátera” refere-se ao pensamento teológico de Wesley com respeito ao cerne da fé cristã. Com base na tradição teológica anglicana, Wesley acrescentou uma quarta ênfase: a experiência. Os quatro componentes ou "lados" resultantes do quadrilátero são: (1) Escritura (Bíblia), (2) Tradição, (3) Razão e (4) Experiência. Para os Metodistas, a Escritura é considerada a fonte primária e padrão para a doutrina cristã. A Tradição é experiência e testemunho de desenvolvimento e crescimento da fé, através dos séculos passados ​​e em muitas nações e culturas. A experiência é a compreensão e apropriação da fé pelo indivíduo à luz de sua própria vida. Através da razão, o cristão traz para a fé cristã um pensamento discernente e convincente. Estes quatro elementos juntos trazem o cristão para uma compreensão madura e satisfatória da fé cristã e a resposta necessária de adoração e serviço.

Monday, December 3, 2018

Advento na Igreja Metodista Reconciliadora IPEG...

A estação litúrgica do Advento é os quatro domingos que antecedem o Natal, é o tempo de preparação para a vinda de Jesus. Na Igreja, é tempo de meditarmos sobre os vários contextos nos quais Jesus nasceu - desde a aliança de Deus com a humanidade, baseada na promessa do Salvador até o nascimento do Emanuel. 

Neste ano em que a humanidade está tendo sua esperança desafiada pela pandemia de corona virus, cristãos de todos os lugares do mundo celebram o Advento na expectativa de que tenhamos um Natal repleto de paz, esperança e amor. 

Na Igreja Metodista Reconciliadora IPEG os fiéis iniciaram essa estação litúrgica com louvores, orações, pregações e ações que nos remetem ao significado maior do Natal: JESUS NASCE EM CADA CORAÇÃO.

Seguindo a programação abaixo, os Cultos de Advento estão sendo realizados no Templo Metodista IPEG, que está situado à C 11 LOTE 17 LOJA 1 - TAGUATINGA CENTRO - BRASÍLIA DF (às 10h da manhã):

  • 06/12 (domingo, 10h) - Culto de Celebração: 2ºdomingo de advento "Jesus é a esperança dos que se sentem árvores secas";
  • 13/12 (domingo, 10h) - Culto de Celebração: terceiro domingo de advento "O seu nome é Emanuel";
  • 20/12 (domingo, 10h) - Culto de Celebração: quarto domingo de advento: "Hosana nas alturas";
  • 27/12 (domingo, 19h) - Cantata de Natal e Aniversário da Igreja Metodista Reconciliadora IPEG - "NELE VIVEMOS, E NOS MOVEMOS, E EXISTIMOS".

 *TODAS AS CELEBRAÇÕES SÃO PRESENCIAIS COM TRANSMISSÃO ONLINE.*

Localização da Igreja Metodista Reconciliadora IPEG:

Metodista IPEG no Facebook:

Friday, November 2, 2018

Dicas de Segurança Individual para Cristãos LGBTQs

O Brasil é um dos países mais perigosos para o público LGBTQ. As dicas de segurança abaixo podem te ajudar a evitar possíveis situações de risco...


Lista com dicas de segurança individual:

  1. Evite discussões acaloradas sobre política e sexualidade, tanto pessoalmente, quanto pelos meios virtuais;
  2. Não ande sozinho. Prefira estar sempre em grupos. Principalmente nos horários noturnos;
  3. Não intitule sua igreja como ‘igreja gay’. Você pode colocar em risco a sua segurança e a de terceiros;
  4. Evite compartilhar mensagens, sem antes analisar a fonte, o propósito e a necessidade de o fazer no momento. Seja prudente!
  5. Selecione a privacidade do seu Facebook e Instagram para 'amigos’ apenas;
  6. Crie uma lista de transmissão no whatsapp com o contato de pessoas do seu convívio. Assim, ao enviar uma mensagem na lista de transmissão, várias pessoas receberão ao mesmo tempo;
  7. Faça uma limpeza nas suas plataformas virtuais - exclua pessoas que você não conhece, exclua postagens ofensivas que, porventura você tenha feito;
  8. Não use celular enquanto caminha pela rua. Esteja atento ao que está acontecendo à sua volta;
  9. Não confie excessivamente em vizinhos e amigos de trabalho. Mantenha sempre a paz com todos, a cordialidade e o respeito, mas seja prudente;
  10. Desenvolva a prática de ter sua Bíblia em mãos, no carro, na sua mesa de trabalho ou na bolsa. A identificação visível afasta possíveis males;
  11. Seja cristão em toda sua maneira de viver, amando, respeitando e abençoando. Lembre-se: “vencemos o mal com o bem que há em nós”;
  12. Mantenha contato com seus irmãos na fé. Juntos somos mais fortes!
  13. Antes de sair de casa veja as notícias do dia e lembre-se de alertar seus irmãos sobre possíveis situações problemáticas;
  14. Evite saídas noturnas para lugares de muita exposição;
  15. Evite carícias em público;
  16. Não marque encontros em lugares desertos;
  17. Avise às pessoas de sua convivência onde você está indo, com quem e o propósito;
  18. Sempre deixe o localizador do seu celular ligado e compartilhe com familiares e amigos suas rotas;
  19. Não revide agressões verbais. Grave áudios ou vídeos, se possível;
  20. Tenha os números de emergência (190 - polícia; 192 - SAMU; Disc 100 - para fazer denúncia de homofobia). E o número da igreja: (61) 99958-8435.

As dicas de segurança individual, são de caráter Pastoral, com a anuência dos membros do conselho administrativo da Comunidade Cristã IPEG e têm por finalidade a proteção dos seus membros e congregados.

Cordialmente,

Pastor Marvel Souza e Evg Raphael Lira ( Pastores presidentes da Comunidade Cristã IPEG)

Thursday, November 1, 2018

Alerta aos Homossexuais quanto ao Casamento Civil

"(...) todos que querem oficializar o casamento que o façam, entendendo que a legalidade do registro civil de casamento entre pessoas do mesmo sexo está fundamentada em uma resolução e não em uma lei (o que possivelmente pode ser um respaldo para uma conjuntura conservadora, e retrógrada agir)"




Texto por Marvel Souza e Raphael Lira (Pastores da Igreja Metodista IPEG)

Queridos, está circulando na internet um alerta para os homossexuais quanto ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Antes de compartilhar com vocês, tivemos o cuidado de checar a informação junto a OAB. Um dos advogados que nos assessorou em um outro processo, com quem mantemos contato, faz parte da  Comissão Especial de Diversidade Sexual e Gênero do Conselho da OAB/DF. Ele nos informou o seguinte:

"Marvel e Raphael,
A indicação não passou pelo colegiado da comissão.
Foi uma orientação direta da nossa presidente Maria Berenice Dias.
A presidente da comissão da OAB/DF, Priscila Moregola, confirmou pessoalmente com Berenice e nos informou".


Então, o alerta procede, porém, ele fez a seguinte ressalva:

"Não se deve compelir as pessoas ao desespero. O contexto desta orientação tem a ver, em especial, com casais que estão preocupados quanto à pensão vitalícia, seguridades sociais e privativas, etc".

"Desta forma, aconselhamos todos que querem oficializar o casamento que o façam, entendendo que a legalidade do registro civil de casamento entre pessoas do mesmo sexo está fundamentado em uma resolução e não em uma lei (o que possivelmente pode ser um respaldo para uma conjuntura conservadora, e retrógrada agir)".

A partir dessa conversa, resolvemos listar alguns esclarecimentos sobre casamento civil entre casais homossexuais.


Qual a Diferença entre União Estável e Casamento Civil?


A grande diferença entre os dois casos é que, no casamento civil, existe uma certidão de casamento. 
Em caso de separação ou de falecimento de um dos cônjuges, o outro tem plenos direitos sobre a herança ou a divisão de bens no caso de separação. E isso acontece de forma inquestionável. Na união estável, a não ser que se tenha um documento que ateste a convivência, tudo pode ser questionado. Mesmo com o documento, é necessário que um juiz reconheça o relacionamento. Se o juiz entender que você não tem direito, não há o que fazer. Na união estável, é preciso apresentar provas materiais, documentos, testemunhas e ainda assim vai depender da interpretação do juiz. E, nesse caso, a situação é a mesma para casais héteros.


Os documentos são os mesmos de um casamento heterossexual. Quando decidir dar entrada no processo de habilitação ao casamento civil, o casal deverá comparecer ao cartório mais próximo da residência de um dos noivos. Também será necessário:

  1. Certidão de nascimento dos noivos;
  2. Declaração de duas testemunhas maiores de idade atestando que não há impedimentos ao casamento;
  3. Declaração do estado civil dos noivos e de residência (dos noivos e de seus pais, se forem conhecidos);
  4. Atestado de óbito do cônjuge falecido, se um ou ambos os noivos forem viúvos;
  5. Prova do registro do divórcio, se um ou ambos os noivos forem divorciados, ou a sentença definitiva da anulação, se tiverem casamentos anteriores anulados.
  6. Autorização dos pais ou responsáveis ou ordem judicial (quando for o caso), se um ou ambos os noivos forem menores de idade.

Casamento Religioso com efeito civil para homossexuais

Uma outra possibilidade é a oficialização do casamento religioso com efeito civil, que pode ser realizada em Igrejas de Comunhão Aberta aos LGBTQIs, como é o caso da Comunidade Cristã IPEG (A Comunidade Cristã IPEG foi a primeira instituição a realizar cerimônia religiosa com efeito civil em Brasília). 


Segue abaixo todos os detalhes que você precisa saber antes de se decidir. O casamento religioso com efeito civil é aquele em que o próprio celebrante religioso realiza o civil e o religioso ao mesmo tempo.
  1. Os noivos comparecem ao cartório perto da residência deles juntamente com as 2 testemunhas, de 30 a 60 dias antes da data pretendida para dar entrada nos papéis de casamento.
  2. Levar ao cartório certidões de nascimento, R.G. CPF.
  3. Após o prazo de 20 dias, o cartório que vocês deram entrada nos papéis de casamento, vai emitir um documento chamado Certidão de habilitação. Este documento deverá ser entregue na Igreja para que possa ser feito o Termo de Religioso com efeito civil, que é o documento que os noivos e os 2 padrinhos deverão assinar na hora da cerimônia.
  4. Após a cerimônia , os noivos devem levar o Termo de Religioso com Efeito civil  para ser reconhecida a firma do celebrante que celebrou o casamento, para depois levar ao cartório que deram entrada no casamento e trocar pela certidão de casamento.



Obs. O whatsApp da Igreja Metodista IPEG é: (61)99958-8435

 




Tuesday, October 16, 2018

Evangélicos e a Ditadura - onde eles estavam?

"Muitas congregações perseguiram fiéis considerados "subversivos" e fecharam os olhos para as atrocidades do regime militar".

Estamos passando por um momento de muita tensão na política brasileira - dois candidatos disputam no segundo turno a presidência da república. Um deles, chamado Jair Bolsonaro tem causado polêmica por ter construído sua carreira política baseada em discursos homofóbicos, racistas, classistas, belicistas e contra os direitos dos trabalhadores. Ademais, em algumas de suas declarações ele diz apoiar a tortura e a volta do regime militar no Brasil (clique no link e vejo o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=ghCP4r-hzYI&t=9s ) . O curioso neste contexto, é o apoio, quase que em massa, de religiosos evangélicos.

Alguns líderes evangélicos declararam apoio a este candidato, usando como referência passagens do Antigo Testamento, para justificarem o discurso favorável à pena de morte e o armamento da população. Religiosos postaram fotos nas mídias sociais simulando com as mãos uma arma, e desconsideraram o fato do candidato, em um do seus comícios, colocar uma criança no colo e a fazer simular uma arma com as mãos (Esta é uma das marcas da sua campanha política). 

Isso tem feito com que muitos questionem o posicionamento dos cristãos evangélicos neste processo eleitoral. Mas não é de espantar, porque a história registra que na época da ditadura militar, as igrejas protestantes evangélicas apoiaram o regime e contribuíram, entregando possíveis subversivos para os militares. E foram omissas quanto à ações de protesto contra a perseguição, tortura e extermínios durante a ditadura.

As igrejas evangélicas e a ditadura

"Muitas congregações perseguiram fiéis considerados "subversivos" e fecharam os olhos para as atrocidades do regime militar.

Houve muito alvoroço na mídia com a divulgação de um memorando secreto da CIA que registra o fato de o ditador Ernesto Geisel não só ter conhecimento, mas autorizar a execução sumária de opositores do regime.

Muitos comentários mostraram assombro com a forma fria e crua com que se planejava os assassinatos. Quem se assombrou não deve se lembrar que, em 2014, o resultado de dois anos e meio de trabalho da Comissão Nacional da Verdade foi apresentado num relatório de 3.338 páginas. Nele está a apuração destas ações e de muitas outras, que mostram as atrocidades cometidas pelo regime.

A comissão mostrou que a violação de direitos nos 21 anos de ditadura (prisões arbitrárias, sequestros, tortura em alto grau, desaparecimentos forçados, assassinatos) não foi abuso de poder ou excesso dos ditadores, mas ações coordenadas com a participação plena dos ditadores de plantão.

O trabalho mostrou ainda que as execuções não alcançaram apenas opositores ativistas e grupos políticos, mas gente que apenas opinou ou protestou e foi classificada como “subversiva”: professores, jornalistas, operários, agricultores, estudantes, religiosos, cidadãos estrangeiros e até militares que ousaram questionar o regime. Destes, 56% tinham menos de 30 anos.

Geisel frequentava a Igreja Evangélica de Confissão Luterana. O fato de um evangélico ter ocupado o Palácio do Planalto foi celebrado por lideranças das várias igrejas.  Exemplo é a publicação do jornal oficial da Igreja Presbiteriana, o Brasil Presbiteriano, de março-abril de 1974, que reproduziu parte de um boletim da Igreja Presbiteriana Nacional de Brasília: “Um homem probo, honesto, operoso e capaz, deixa o poder e assume o seu lugar outro homem público, com folha de serviço relevante e personalidade definida e, sobretudo isso, um crente evangélico.[...] Nossas orações a Deus para que seu governo seja uma benção para todos os brasileiros de todas as crenças. Adeus Presidente Médici - Benvindo Irmão Geisel”.

Um crente evangélico que construiu uma imagem de conciliador, mas que, antes de morrer em 1996, declarou aprovar a tortura em depoimento ao Centro de Pesquisa e Documentação da Fundação Getúlio Vargas. E agora, em memorando contundente, revela-se mandante de assassinatos.

O Volume II do relatório da comissão deixa claro como católicos e evangélicos apoiaram o regime militar, por silêncio e omissão ou por ações explícitas. Além de Geisel, outros evangélicos ocuparam cargos de destaque, entre eles os governadores presbiterianos Geremias Fontes, no Rio de Janeiro, e Eraldo Gueiros Leite, em Pernambuco. E o jurista presbiteriano Nehemias Gueiros, redator do Ato Institucional número 2, de 1965.

Evangélicos figuraram entre os colaboradores de órgãos de repressão, militares torturadores e agentes civis (sete, conforme o relatório da Comissão da Verdade). E foram inúmeros os líderes apoiadores, como doutrinadores políticos em suas congregações religiosas e/ou como delatores de “subversivos”, várias “irmãos da igreja”.

A repressão interna nas igrejas evangélicas, em apoio ideológico ao regime, foi muito violenta, com perseguição a pastores e líderes leigos, fechamento de seminários teológicos e intervenções em instituições educacionais confessionais.

Isto revela um outro retrato de evangélicos no período da ditadura: aqueles que, das várias igrejas, eram comprometidos com uma base bíblica, teológica e testemunhavam sua fé e se colocavam contra o regime de exceção. O governo militar os considerou inimigos da segurança nacional, daí as muitas prisões arbitrárias (25), torturas (18), expulsões e banimentos (14), que levaram ao desaparecimento forçado (5) e à morte (2).

O relatório da comissão deixa claro que dois anos e meio não foram suficientes para todos os levantamentos necessários. A descoberta do documento da CIA confirma. Há muita coisa silenciada e escondida que ainda vai ser revelada.

Temos um passado mal resolvido, que deixou marcas e feridas abertas não cicatrizadas. Um passado que não foi construído com verdade e com justiça cria estas marcas. É preciso buscar a verdade e fazer a justiça fluir como um rio, como diz, na Bíblia, o profeta Amós:

“[Deus diz:] sei quantas são as suas transgressões e quão grandes são os seus pecados. Vocês oprimem o justo, recebem suborno e impedem que se faça justiça ao pobre nos tribunais. (...) Odeiem o mal, amem o bem; estabeleçam a justiça nos tribunais. (...) Corra a retidão como um rio, a justiça como um ribeiro perene".

A ditadura foi silenciada, mal contada e está incorporada: ainda existe nas instituições e em suas práticas. Por isso o autoritarismo ainda é realidade. Por isso a tortura permanece como prática em delegacias, em quartéis, em prisões. Por isso as execuções sumárias prevalecem. Por isso ainda precisamos perguntar “Onde está o Amarildo?” ou “Quem matou Marielle?”

Por consequência, a memória nunca deve ser vista apenas como revisão ou recuperação do passado. Ela precisa ser vista também como utopia. É o olhar para o passado como algo que alimenta o presente e projeta um futuro de paz e justiça.".

Veja a lista de algumas igrejas que se fortaleceram na época do regime militar: 

-Assembleia de Deus;
-Igreja Universal do Reino de Deus;
-Movimentos neo-pentecostais à imagem dos que existiam nos Estados Unidos. 

Estas igrejas mantiveram o discurso antipetista depois do fim do regime. Talvez pelo medo da popularização do Ensino e a relativização dos governos autoritários, algo que é muito comum nestas igrejas. Ademais, sempre rejeitaram a possibilidade de discutir assuntos como: combate ao racismo (quantos negros ocupam cargos de presidência nas igrejas - reparem as grandes convenções evangélicas e as grandes igrejas), novos padrões familiares, diversidade, aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo, controle de natalidade, feminismo (isso poderia fortalecer grupos que defendem o exercício de liderança por mulheres, algo considerado pela maioria dos cristãos como inconcebível).

Saturday, September 29, 2018

Dons Espirituais


"Os dons espirituais não são nossos talentos ou habilidades humanas. Eles são a graça de Deus em ação dentro de nós, capacitando-nos para combinar nossas paixões profundas pelo Reino de Deus com as necessidades da humanidade". 


Texto por Marvel Souza (Pastor da Comunidade Cristã IPEG)

Cada filho de Deus é preenchido com o poder do Espírito Santo, que os capacita para desempenhar o papel especial de edificar o corpo de Cristo. Todos podem ser usados pelo Espírito Santo com um dom e um propósito.

Os dons espirituais não são nossos talentos ou habilidades humanas. Eles são a graça de Deus em ação dentro de nós, capacitando-nos para combinar nossas paixões profundas pelo Reino de Deus com as necessidades da humanidade. Os dons têm por finalidade a edificação, o fortalecimento da nossa comunidade de fé e atender as necessidades daqueles que nos rodeiam.

Então, descubra seus dons e fale sobre eles com sua comunidade de fé. Esforce-se para entendê-los e descubra como você pode usá-los para servir a Deus, ao próximo e ao mundo. 

Leia as seguintes referencias bíblicas:
  • 1Coríntios 12:1-11
  • Romanos 12:3-8
  • Efésios 4:7-16

Confira também a lista dos vinte dons:

  1. Ensino
  2. Evangelismo
  3. Administração
  4. Liderança
  5. Contribuição
  6. Sabedoria
  7. Profecia
  8. Servir
  9. Cura
  10. Discernimento
  11. Compaixão
  12. Pastoreio
  13. Milagres (sinais e maravilhas)
  14. Exortação
  15. Línguas
  16. Interpretação de línguas
  17. Apostolado
  18. Ajuda (auxílio, socorro)
  19. Conhecimento


Descubra qual é o dom com o qual o Espírito Santo quer te usar, converse com seu líder espiritual, peça orientação e ore pedindo a Deus para ser usado em sua obra. 

Thursday, September 20, 2018

Teólogos Contemporâneos



1) Karl Barth.

Nasceu em 1886, em Basel, na Suíça. Era um teólogo reformado, porém também era pastor. Em 1911 pastoreou em Safenwyl. Em 1921 foi professor de teologia reformada em Goettingen, em 1925 foi professor em Muenster-in-Westphalia e em 1930 foi professor em Bonn. Em 1935 os nazistas o exilaram, e então ele foi professor em Basel até 1968, ano de seu falecimento.

Ele foi aluno de Harnack, e foi influenciado pelo neokantianismo e por Kierkegaard e também pelo socialismo de Ragaz e Kutter. Quando a teologia liberal estava no auge, ele se rebelou contra seus professores e em 1919 escreveu seu comentário sobre o livro de Romanos, onde praticamente começou a surgir uma nova ortodoxia. Teve influência do reformador Calvino, principalmente por volta de 1925. Enfatizava a teologia bíblica, porém com conclusões racionais. Era um homem de caráter forte e de propósitos e entrou em conflito contra a igreja do estado nazista. Muitos acham que Karl Barth era liberal, mas na realidade ele não gostava do liberalismo religioso e até se manifestava contra. Ele tinha o desejo de retornar a teologia à bíblia e aos princípios reformados. Enfatizou a transcendência de Deus e a realidade do pecado, como também a soberania de Deus, a graça e a revelação. Reconhecia que as escrituras têm imperfeições, mas que a bíblia é a fonte da revelação de Deus como também veículo. Rejeitava o misticismo cristão, e dizia que os liberais falharam, sendo a solução para o mundo o retorno aos antigos princípios religiosos. Barth foi treinado no liberalismo alemão, talvez isso fez ele desapontar com o nazismo. Ele foi um grande expoente da teologia da crise, pregando que a Palavra de Deus é o registro da revelação do Transcendente. Sua teologia propriamente dita é interessante, pois ele achava que as idéias humanas sobre Deus eram meras especulações. A verdade se manifesta pela graça e não pela razão como era defendido por muitos na época. Dizia que a religião têm tendências idólatras, ou seja, revelação era diferente de religião. As experiências místicas devem ser apoiadas nas escrituras e na tradição cristã. O ponto de partido da teologia de Barth era Deus e não o homem, sendo assim aceitava a cristologia clássica e o dogma da trindade, ou seja, suas análises teológicas partia de cima, da trindade, da revelação, da graça, e não das necessidades do homem. Suas principais obras foram: Epistle to the Romans,1919; Word of God and Word of Man, 1928; Anselm, 1931; Church Dogmatics, 4 volumes, 1923-1935; Credo,1935; Dogmatics in Outiline,1947; Evangelical Theology, an Introduction,1962.

2) Emil Brunner.

Nasceu em 1899 e morreu em 1966. Foi um teólogo protestante suíço, sendo que sua formação acadêmica foi em Berlim e Zurique. Foi professor também em Zurique. Brunner não se encaixava no liberalismo protestante e também não se encaixava totalmente na neo-ortodoxia e teologia da crise, ficando assim num estágio “transitório” entre as duas correntes. Defendia que o livre arbítrio é uma verdade soteriológica, porém não é o homem que provê a si próprio a salvação, ou seja, a salvação é dada por Deus, mas o homem possui características naturais para corresponder a Deus, isso em nível soteriológico. Ele, assim como Barth, rejeitou o misticismo cristão, porém afirmava que a razão não pode solucionar todos os problemas da vida, idéia que vai(bate) de encontro a muitos filósofos racionalistas. Afirmava também que há no mundo muitos mistérios e que a teologia não têm o poder de resolver todas as questões, por isso ela possui tantas contradições e seria presunção dela querer resolver esses mistérios. Abordou algo importante para a sociologia ao dizer que a política e a tecnologia podem despersonalizar o homem, e é nesse ponto que entra a teologia, pregando que a revelação cristã visa o homem. Brunner afirmava que a revelação não é proposicional, ou seja, a bíblia é simplesmente o registro da revelação de Deus aos homens e não foi ditado por Deus no processo de escrituração. Brunner era um homem que não discutia tópicos que diziam respeito a milagres ou nascimento virginal, mas seu conceito de espiritualidade era mais em nível de práxis e não de experiências místicas. Sua teologia era formada tendo Cristo como centro de qualquer idéia, assim sendo opôs-se ao intelectualismo teológico. A ética era um assunto a ser vivido no cotidiano, ou seja, combinava a crítica de Kant com o realismo do luteranismo. Apoiou idéias de filósofos como Ebner e Buber que enfatizavam a relação entre o homem e Deus. Apesar de defender o livre arbítrio indiretamente , dizia que o homem é pecador e sempre se revoltará contra Deus, porém se o homem reagir a essa revolta, ele terá o auxílio do Espírito Santo que o tornará uma “nova criatura”. Um dos pontos mais interessante de sua teologia é que ele ensinava que à vontade de Deus se manifesta através da família, do trabalho, da igreja, da cultura, do estado…, sendo assim o relacionamento com a sociedade nos ajuda a identificar como a vontade de Deus opera. Suas obras foram: The Symbolical in Religious Knowledge; The Mystic and The Word; The Fhilosophy of Religion of Evangelical Theology; The Mediator; The Divine Imperative; Man in Revolt; Chritianity and Civilization.

3) Rudolf Bultmann.

Nasceu em 1884 em Wiefelsted e faleceu em 1976. Teólogo protestante alemão, estudou em Marburgo, Tubingen e Berlim. Foi professor em Marburgo. Foi influenciado pelo existencialista Heidegger, por isso Butmann tornou-se um teólogo existencialista. Questões como o nascimento virginal de Cristo, os milagres do Novo Testamento, a ressurreição e a ascensão de Cristo, a existência de demônios, anjos, etc… , Butmann eliminava de sua teologia pelo o processo de demitização, pois achava que muitos dos relatos neotestamentários são frutos da imaginação do homem ou de elementos mitológicos presentes na cultura. Ele dizia que a bíblia fora escrito em linguagem mitológica, que é absoleta para os nossos dias. O teólogo moderno tem então a tarefa de demitizar a bíblia despindo-a de seus trajes lendários, mitológicos e tentando descobrir as verdades existenciais que se encontram nos textos. As pessoas só podem encontrar a mensagem do amor de Cristo mediante a demitização da bíblia. A bíblia em si mesma não é revelação, mas uma expressão primitiva pelo qual Deus se revela pessoalmente, mas não se esquecendo que antes temos que demitizá-la corretamente. Como já disse, Bultmann era existencialista, e um vocábulo bem usado neste meio era “angst”. Angst significa “angústia”, e era usada para descrever a situação básica do homem, ou seja, os existencialistas diziam que devido às situações trágicas que os homens enfrentam nesta vida, todos têm um sentimento de pavor e angústia dentro de si, porém o homem, ou melhor, a existência humana é boa e otimista; o existencialismo acaba entrando no campo do humanismo e às vezes até no ateísmo, como aconteceu com Sartre. Bultmann usa a teologia no meio existencialista, porém ensinando que o khrugma(proclamação do evangelho) como sendo o meio de levar salvação aos homens, deve ser reinterpretada segundo a ótica existencialista, levando em conta a liberdade do homem e sua angústia. O khrugma seria determinadas idéias fundamentais religiosas e morais, seria uma ética idealista. Em se tratando de ética, ele explicava que o homem pode ser dominado por questões carnais, isso gera uma angústia que oprime o homem e o torna escravo, ou seja, nesse ponto ele é totalmente existencialista. Apesar dessas idéias existencialistas, Bultmann afirmava que Deus falou ao mundo através de Cristo e continua falando até hoje. A fé também em certo sentido foi defendida por esse teólogo ao dizer que a fé liberta os indivíduos do passado, trazendo liberdade para viver um bom futuro. O amor também teve espaço em sua teologia como sendo o imperativo fundamental de toda ética. Dizia que o homem precisa ter fé no espírito do evangelho cristão e não precisa de base histórica. Seus escritos foram: Jesus and the Word; Belief and Understanding; Theology of the New Testament; The Question of Demythologizing; History and Eschatology; Jesus Christ and Mytology.

4) Paul Tillich.

Suas datas foram de 1886-1965. Nasceu na Alemanha, mas viveu boa parte de sua vida nos Estados Unidos, onde foi professor no Seminário Teológico União, em Harvard e na Universidade de Chicago. Foi um teólogo-filófoso e representante do existencialismo religioso. Tillich abordava questões humanas com a teologia e as correlacionava até com a economia, as ciências e outros campos de estudo. Usava também a história para construir teologia. Ensinava que a teologia deve unir-se ao empreendimento humano, pois isso a completa e a livra de erros já cometidos na história. É portanto necessário que a teologia correlacione com a política, a ciência, a sociologia, a ética, a antropologia e etc. . Devido sua visão existencialista, dizia que a teologia sistemática deve ter também caráter apologético, analisando a situação do homem em geral, trazendo uma aplicação do evangelho. Usava muita linguagem simbólica, pois cria que o símbolo pode ter mais resultado que a mensagem direta. Os símbolos apontam para a realidade, mas a realidade não resolve os mistérios da vida. Nossos conhecimentos são sempre fragmentados e nunca trará a nós uma resposta de todos os mistérios da vida. Questões como ”céu e inferno” não podem ser literalmente interpretados, pois essas questões apontam para uma realidade mais concreta. Para Tillich, fé é a coragem de existir, essa é uma definição bem existencialista, e redenção é o homem ser um novo ser. A explicação tillichiana de Deus está no campo do existencialismo, pois afirma que Deus é o ser em si mesmo, sendo a resposta para o homem e para a história. Deus também, ao ser o ser em si mesmo, ele passa a ser o fundamento infinito e inesgotável da história. O homem vive alienado, sendo o pecado uma alienação, e sendo a resposta ou solução para essa alienação existencial o Novo Ser em Cristo. Esse teólogo não via a filosofia como inimiga da teologia, pelo contrário, Tillich não é somente um teólogo ou filósofo, mas é um teólogo-filósofo, isso é claramente percebido em suas obras; em seu livro intitulado “Perspectivas Da Teologia Protestante Nos Séculos XIX e XX”, o casamento entre o discurso teológico e a visão filosófica faz dessa obra um livro rico em conhecimento e que aguça no leitor um desejo de conhecer mais. Apesar de Tillich falar muito sobre os símbolos e as linguagens antropomórficas, ele também dizia sobre a morte dos símbolos, ou seja, de acordo que nosso conhecimento cresce e amplia, os símbolos vão perdendo força e a realidade se aproxima mais de nossas concepções. Tillich era um pouco cético em relação às definições de Deus, pois cria que o homem nunca terá a definição verdadeira de Deus, o máximo que pode acontecer é termos uma definição expansiva, mas não completa. Suas obras principais foram: The courage to be, The protestant era, Dynamics of faith, A history of Christian thought, Perspectives on 19th and 20th century protestant theology, Systematic theology

5) Dietrich Bonhoeffer.

Nasceu em 1906 e morreu novo, em 1945 num campo de concentração, isso porque se opunha a Hitler ativamente, até o chamou de anticristo. Enquanto vivia era desconhecido, mas após sua morte ficou conhecido por suas idéias sobre discipulado onde escreveu um livro chamado ”O Custo do Discipulado” onde ele mostra princípios morais e espirituais para o cristão; enfatizava também a disciplina dos crentes. Levava uma vida dedicada e piedosa, e claro com disciplina, combatendo a vida vivida sobre o âmbito do sagrado e do profano ao mesmo tempo, ou seja, ele percebia que em nossa vida devemos viver o que é sagrado. Pelo visto, a vida cristã de Bonhoeffer era vivida com piedade e práxis, por isso se opôs a Hitler. Esse teólogo via Deus como uma realidade única e que essa realidade opera em nós. Bonhoeffer enfatizava o evento histórico da revelação de Jesus Cristo, ou seja, ele via Deus atuando na história, indo contra idéias filosóficas e ateístas da época. Sua idéia sobre a filosofia não era muito concreta, pois por um lado asseverava que a filosofia coopera com o homem ajudando-o a obter a autonomia sobre si mesmo e sobre o mundo, mas por outro lado achava melhor o crente deixar as idéias filosóficas de lado, inclusive o que está inserido na ética e na ontologia. Apesar de ter vivido pouquíssimo tempo, Bonhoeffer escreveu algumas obras, que foram: The Communion of Saints; Act and Being; The Cost of Discipleship; Ethics; Resistance and Submission.

6) Reinhold Niebuhr.

Nasceu em Wright City, no Missouri (USA), 1892. Estudou no Elmhurst College, no Seminário Teológico Éden e na Escola de Divindade de Yale. Foi um destacado pastor e trabalhou na faculdade do Seminário Teológico União. Morreu em 1971. Ficou conhecido por ser envolvente nas questões públicas e por seu pensamento sobre a ética e apologética. Ensinava o pecado original e a posição caída do homem, fazendo parte da escola da neo-ortodoxia. Dizia que apesar do homem estar caído, ele é responsável pelos seus atos, ou seja, o homem é livre. Não era fascinado pela história como Tillich, cria que os conflitos vividos pelo homem vão além do processo histórico, é claro que sua crença na queda do homem e do pecado original, influencia diretamente esse pensamento pendente para a ortodoxia. Sabemos que foi no século XX que a pneumatologia começou a se desenvolver com mais intensidade, porém Niebuhr não salientou o estudo do Espírito Santo, mas na cristologia ele referia-se a Cristo como a “chave” do mistério da existência humana, o “símbolo” do amor eterno. Com apoio em seu pensamento ético ele rejeitou o liberalismo religioso. Gostava dos escritos agostinianos sobre a natureza humana, mas negava a doutrina da total depravação do homem, ou seja, ele rejeitava a concepção calvinista de depravação total, porém não negava a trágica posição do ser humano. Esse teólogo via a verdade apresentada na bíblia, e não a encarava como elemento metafísico. Certa época de sua vida apoiou o marxismo e o pacifismo, mas depois rejeitou essas idéias justamente devido à visão amartiológica marxista, isto é, falta ao marxismo uma compreensão sobre a pecaminosidade do homem, e automaticamente um importante ponto da questão de como o homem pode ser aprimorado. Na política ele reconhecia as irracionalidades do homem, mas buscava meios de dar racionalidade e direção a ele. As mudanças institucionais eram mais importantes do que as mudanças no coração do homem. Niebuhr achava o capitalismo adequado para o meio político, sendo que este sistema pode trazer boas modificações para sociedade. Seus escritos foram: Moral Man and Immortal Society; An Interpretation of Christian Ethics; Beyond Tragedy; Christianity and Power Politics; The Nature and Destiny of Man; The Children of Light and The Children of Darkness; Christian Realism and Political Problems; Pious and Secular America.

Essas personalidades foram os principais teólogos contemporâneos, mas teve inúmeros outros como: Oscar Cullman, Serghiei Bugakov, Ghiorghiou Florovsky, Wladimir Lossky, Henri de Lubac, Von BalthasarJurgen Moltmann…, esse último é conhecido devido à “teologia da esperança

Wednesday, August 15, 2018

Escritores Bíblicos



Escritores Bíblicos

Novo Testamento 27 Livros (13 Livros foram escritos por Paulo de Tarso).

Livro
Autor de acordo com
a teoria tradicional
Autor de acordo com
algumas escolas modernas
Um autor anônimo
Um autor desconhecido, como a maioria dos autores cristãos
Um autor anônimo
Um autor anônimo
O autor de Lucas
Paulo de Tarso ou ditados orais de Paulo
Paulo com coautoria de Timóteo
Um autor desconhecido, mas certamente não foi Paulo
Um escritor do primeiro século, depois da morte de Tiago, o Justo
Um autor, talvez Silas, escrevendo em grego
Certamente não foi Pedro
Um autor desconhecido.
Um autor desconhecido.
Um autor desconhecido.
Judas, o apóstolo, ou Judas, irmão de Jesus
O pseudônimo de um escritor, entre o fim do primeiro século e o primeiro quarto do segundo século.
João, o apóstolo


Os escritores do Novo Testamento, assim como os do Antigo Testamento, foram inspirados pelo Espírito Santo (O termo em grego que define a inspiração bíblica é “Pneumos” (sopro)). No entanto, essa afirmação não indica que todas as produções bíblicas são 100% individuais, como se apenas os escritores tivessem sido incumbidos da responsabilidade de produzir, desconsiderando assim a participação de outros elementos determinantes para a composição dos escritos sagrados. À exemplo disso estão os elementos culturais, humanos, linguísticos e históricos.

Alinhado à isso, encontramos no Novo Testamento as primeiras comunidades de fé, que se formaram a partir dos ensinos de Jesus e dos apóstolos. Estas comunidades influenciaram diretamente a composição dos primeiros escritos que passariam a regulamentar a vida e a prática cristã. Isso fica claro quando elencamos os seguintes pontos:

Ø  Objetivo de cada livro;
Ø  O público alvo;
Ø  Estilo de escrita;
Ø  Conhecimento de causa;
Ø  Idioma empregado;
Ø  Aspectos culturais;
Ø  Aspectos relacionais (Relacionamento do escritor com o público).

Em se tratando dos Evangelhos Sinóticos, considera-se a influência determinante das comunidades que cercavam os seus escritores – a saber: a Comunidade Mateana, Marcana e Lucana. Cada uma destas comunidades contribuiu narrando fatos da vida e da obra de Jesus, bem como influenciou diretamente a escolha do idioma, do estilo de escrita e da escolha do conteúdo, já que os Evangelhos narram apenas os fatos mais importantes da vida e do ministério de Jesus.  

Para a construção do conhecimento sobre as Comunidades Evangélicas que cercavam os autores dos Evangelhos, leia o seguinte artigo: https://drive.google.com/open?id=0BzwoatGF2XjlLVZzbnBobE1INzFzZGxiUHNqUnF6T3ZLRGow

Texto por Marvel Souza


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