Monday, June 5, 2017

*⚱O Vaso rachado⚱*



"Uma velha chinesa tinha dois grandes vasos, cada um suspenso na extremidade de uma vara que ela carregava nas costas.
     Um dos vasos era rachado e outro era perfeito. Todos os dias ela ia ao rio buscar água, e ao fim da longa caminhada do rio até a casa o vaso perfeito chegava sempre cheio de água, enquanto o vaso rachado chegava meio vazio. Naturalmente o vaso perfeito tinha muito orgulho  do seu próprio resultado e o pobre vaso rachado tinha vergonha do seu defeito, de conseguir só fazer a metade daquilo que deveria fazer.
     Ao fim de dois anos, refletindo sobre sua própria amarga derrota de ser rachado, durante o caminho para o rio o vaso rachado disse à velha:
" - Tenho vergonha de mim mesmo, porque esta rachadura que tenho faz-me perder metade da água até a sua casa..."
A velha sorriu:
- " Reparaste que lindas flores há ao teu lado do caminho, somente no teu lado?" 
Eu sempre soube do teu defeito e portanto plantei sementes de flores na beira da estrada do teu lado. Todos os dias, enquanto voltávamos do rio, tu regava-as.
     Foi assim durante dois anos, pude apanhar belas flores para enfeitar a mesa e alegrar o meu jantar. Se tu não fosses como és, não teria tido aquelas  maravilhas na minha casa."
Cada um de nós tem seu próprio defeito, mas é o defeito que cada um de nós tem, que faz com que nossa convivência seja interessante e gratificante. É preciso aceitar cada um pelo que é, e descobrir o que há de bom nele!
Ame as pessoas com seus defeitos...
*AME apenas AME !*"

Thursday, June 1, 2017

De volta à Simplicidade do Evangelho




Vivemos uma época em que o estrelismo se faz cada vez mais forte ante as conjunturas sociais e religiosas. É comum encontrarmos “outdoors” com imagens de cantores, artistas, bispos, pastores, padres, etc. Quando isto está presente na exterioridade dos meios, é preocupante, especialmente quando se faz presente no interior - o pensamento dominado pelo desejo de querer aparecer e fazer sucesso, ser notado(a) pelos outros. No que atine à religião, em particular, líderes lutam para mostrar quem trabalha melhor, quem é mais organizado, quem tem eventos mais atrativos, quem prega melhor, quem canta melhor, quem tem o maior número de membros e, por fim, quem tem maior poder financeiro. Uma série de pessoas se vê refém de igrejas altamente competitivas, de pensamentos complexos, de fé estressante e vivência religiosa distante da simplicidade do Evangelho - a imagem do Cristo que se assenta para ensinar multidões no monte é substituída pela do grande Deus que está cercado de anjos, riquezas e nos julga severamente por todos os atos praticados. As pregações cheias de argumentações, que pouco apresentam as verdades divinas, valorizam o ter em detrimento do ser, o obedecer em detrimento da liberdade de expressão, a justificativa das atitudes praticadas em detrimento da justiça divina. A vida simples proposta pelo Evangelho é substituída por uma vida cristã perdida nas fábulas teológicas e nas ideologias de homens que precisam ser pastoreados em vez de pastorear. Um líder religioso fundador de um dos movimentos mais impactantes na Inglaterra do século XVIII, ao ser perguntado certa feita sobre o possível fim de seu movimento, respondeu: "Não me importo que ele acabe um dia, mas me preocupo que os homens se degenerem e percam a essência do verdadeiro Evangelho".
O pensamento de Martinho Lutero, ao escrever o credo luterano, reflete bem a simplicidade do pensamento religioso direcionado pelo Evangelho:" Creio que Deus criou a mim e a outras criaturas, que me deu corpo e alma, olhos, ouvidos, braços e pernas, razão e sentidos. Que diariamente me provê roupa e calçado, comida e bebida, casa e família, terras e gado, e tudo que possuo. Que supre com abundância todas as necessidades do meu corpo e da minha vida. Que me protege de todos os perigos e me guarda de todo mal. E que faz tudo isso por Sua divina bondade e por puro amor paternal, sem mérito ou merecimento da minha parte. Assim, agradeço e louvo a Deus, a quem servirei e obedecerei.".
Deus nos convoca à simplicidade do Evangelho, à vivência pura, pacífica e agradável da sua palavra.


Pr Marvel Souza

Wednesday, May 10, 2017

Dez passos para um relacionamento saudável



Deus nos chamou para a realização afetiva. Devemos crer nisso e seguir as orientações necessárias para conseguirmos um namoro saudável, que avance para o noivado e culmine no casamento, respeitando o que cada fase exige.   
Dez passos para conseguir um bom relacionamento:
1.      Esteja bem com Deus;
2.      Esteja bem consigo;
3.      Fale sempre a verdade;
4.  Apresente a Deus a pessoa de quem você está gostando;
5.     Priorize o diálogo ao sexo;
6. Seja paciente – não sufoque a pessoa com sua necessidade de ter alguém;
7.    Não encha a pessoa de presentes, tentando impressioná-la;
8. Busque conselho no seu líder espiritual;
9.  Observe como a pessoa de quem você gosta trata a família. Muito provavelmente será a mesma forma com que tratará você;
10.  Não procure pela pessoa perfeita, mas não escolha a mais imperfeita de todas.


“Não desperte o amor antes do tempo” – Cantares 8:4 (Bíblia GsG)

Tuesday, May 2, 2017

Ministério Raphael Lira - Adorador






Texto por José Magalhães

"Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem" (Jo 4:23). Todo louvor deve conduzir a adoração, se louvar é bom, adorar é muito melhor. No louvor você louva por causa dos feitos de Deus, na adoração você adora o próprio Deus, O louvor nasce na alma, a adoração nasce no Espírito, O louvor é um ato, é uma expressão de sua vida, a adoração é um estilo de vida, um modo de viver, na adoração há comunhão, há intimidade com Deus, a adoração afeta o caráter, a adoração é uma expressão de amor, é o nível mais elevado de batalha espiritual, pois move a mão de Deus, embriague-se adorando e amando a este Deus Criador de todas as coisas e terás um novo viver, porque na presença do Senhor há abundância de alegria!”


O vídeo acima faz parte de um momento histórico na vida ministerial do Evangelista Raphael Lira, esposo do Pastor Marvel Souza. O evangelista foi finalista no concurso de música gospel promovido pela FACEV - Federação Associativa de Cantores Evangélicos, realizado em Brasília.

Desde criança Raphael tem se dedicado à adoração - mais que uma bela voz, técnica e simpatia, ele tem empreendido esforços para adorar e conduzir os seus ouvintes ao nível mais alto, e ao mesmo tempo mais profundo da adoração. 

Depois de ter integrado o coral da Universidade Católica de Brasília e ter ministrado aulas de canto em algumas igrejas evangélicas, o Evangelista Raphael Lira, juntamente com seu esposo, com quem está casado há 8 anos, começou a presidir o ministério de louvor da Comunidade Cristã IPEG. Sempre primando pela técnica e espiritualidade, ele tem se mostrado um servo comprometido com o Reino de Deus. 



Tuesday, March 28, 2017

App da Bíblia GsG



A Bíblia Comentada Graça sobre Graça é um trabalho inédito no Brasil e no Mundo. Esta obra nasceu da parceria do Pastor Marvel Souza com a Sociedade Bíblica do Brasil, em um processo que teve início em 2012 com o pedido de Cessão de Direito de Uso de Texto Bíblico. Com o contrato lavrado e assinado entre as partes em 2014, os comentários bíblicos começaram a ser inseridos no rodapé dos textos da versão Almeida Revista e Corrigida. O contrato entre o Pastor e a Sociedade Bíblica do Brasil entrou para a história como um dos poucos realizados entre a instituição SBB e uma pessoa física, o que  atesta o cabedal do Teólogo Marvel Souza, que além de ser Teólogo há 21 anos, é fluente em língua Inglesa e Japonesa, é estudante dedicado do Grego e do Hebraico e atuou como professor de vários seminários teológicos. Reconhecido por sua maestria no ensino bíblico, o Pastor Marvel, juntamente com seu esposo, Evangelista Raphael Lira, são respeitados por líderes de igrejas Inclusivas e Tradicionais, não tendo nada que desabone a conduta moral e ética de ambos. 

Em 2015, devido à grande repercussão do projeto, alguns setores fundamentalistas passaram a pressionar a Sociedade Bíblica do Brasil a pedir o distrato da Cessão de Direito de Uso de Texto Bíblico. Depois de um acordo amigável, o Pastor Marvel deu continuidade ao trabalho Bíblia Comentada Graça sobre Graça, de forma independente, agora, sendo não apenas o detentor dos comentários, mas também o detentor da versão Bíblica Graça Sobre Graça, com todos os direitos reservados.   
O fato de o distrato da Cessão de Direito de Uso de Texto Bíblico ter sido de forma amigável, comprova a lisura de todo o processo de parceria com a Sociedade Bíblica do Brasil, que no uso de suas atribuições teria cobrado judicialmente do Pastor Marvel Souza as responsabilidades de qualquer dolo cometido durante o período de trabalho em conjunto, algo que não aconteceu. Pelo contrário, o Pastor Marvel Souza foi favorecido para dar continuidade ao trabalho de forma independente. 

A Bíblia Comentada Graça sobre Graça será lançada em duas versões: versão virtual e versão impressa. A versão virtual estará disponível, na forma de aplicativo, para sitema Android e iOS, até o final do mês de Abril de 2017, nas lojas da Play Store e da Apple Store, respectivamente. Para as pessoas que comprarem o vale-bíblia, referente a versão impressa, será fornecido o acesso ao App , sem custos adicionais. Desta forma, terão acesso a todo conteúdo da Bíblia, antes do lançamento da versão impressa.

No dia 09/04/2017, às 19h houve o evento de lançamento do App da Bíblia GsG. Adquira o seu acessando o link:

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Friday, February 24, 2017

Um INFELIZ CARNAVAL



Com o fito de ter muita diversão algumas pessoas se prepararam para o Carnaval com muita dedicação e responsabilidade - investiram suas economias em fantasias, abadás, bebidas, etc.  Estas pessoas vão curtir os dias de Carnaval com muita "alegria",  sem se preocupar com os perigos que as espreitarão nesta época. Quando nos referimos aos incrédulos, não é algo absurdo de se pensar,  mas é assustador saber que muitos cristãos,  desprovidos do Temor a Deus,  não vêm risco algum neste período festivo e,  ousarão participar de folias em que a promiscuidade,  a apologia aos vícios e o culto ao corpo são só algumas das transgressões presentes. Talvez estes sejam os mesmos cristãos que reclamam do tempo do culto,  mas passarão horas em uma marchinha de Carnaval hipnotizante,  tomarão lugar à roda dos escarnecedores e se deterão no caminho dos pecadores. Nunca tiraram o dízimo para ajudar a Igreja de Cristo a se manter,  mas gastarão com bebidas e festas, quem sabe o dízimo de um ano inteiro - tornar-se-ão idólatras,  iníquos e escarnecedores - atrairão para si condenação. 
"Um INFELIZ CARNAVAL" - talvez esta frase só será entendida por muitos quando as festas acabarem e junto com elas o dinheiro,  a agitação,  as marchinhas e  o efeito do álcool - a vida volta ao normal!  Não, não... na verdade a vida não volta ao normal,  pois é necessário arcar com as consequências da dissolução de três dias de festas. Tudo que foi plantado,  também será colhido.   Você poderá pedir perdão e com certeza Deus te perdoará,  mas não se esqueça: o perdão é de Deus,  as consequências são suas! 

"Um INFELIZ CARNAVAL " reflete a situação precária de muitos cristãos que se deixaram seduzir pelo presente século e se conformaram com um sistema religioso obsoleto, que não conduz as pessoas à conversão genuína a Deus, mas prega uma permissividade inconsequente. Ademais,  "Um INFELIZ CARNAVAL " reflete a velha história de pão e circo para o povo - uma sociedade em degeneração.

 "não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que proveis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" - (Rm 12:2)

Por Marvel Souza (Pastor da Comunidade Cristã IPEG em Brasília)

Tuesday, February 21, 2017

Separando o joio do trigo: o que representa (e o que não representa) a decisão da Corte Europeia de Direitos Humanos de Estrasburgo para a existência (ou não) do direito ao casamento homoafetivo.



Por Nerrian Possamai (Diácono da Comunidade Cristã IPEG) 

Em Helsinki, a capital da Finlândia, país escandinavo europeu, habita um cidadão cujo sobrenome é Hämäläinen, de 54 anos. Ele é formado em ciências econômicas e trabalha como oficial de alfândega. Casou-se com sua esposa em 1996 e ambos tiveram uma filha em 2002, tudo dentro dos sacramentos religiosos da Igreja Evangélica Luterana, profissão de fé que seguem e vivenciam fervorosamente.
Em 2004, o casal procurou ajuda de profissionais de saúde e psicologia para ajudar ao marido quanto à sua “identidade de gênero dissonante”. Após um tratamento psicológico bem sucedido, a esposa compreendeu que estava casada com alguém que se entendia também como mulher. Em junho daquele ano, Hämäläinen escolheu para si o nome de “Heli”, mas não lhe foi permitido proceder ao seu registro civil como mulher. Isso ocorreu porque Heli é casada com outra mulher e, segundo a lei finlandesa, esse casamento seria invalidado se Heli fosse reconhecida como mulher. Em setembro de 2009, submeteu-se à cirurgia de realinhamento de gênero, tornando-se fisicamente uma mulher, o que estava em harmonia com a sua psiquê.  Após sua cirurgia, devido ao fato de o casamento homossexual não ser legalizado na Finlândia, às duas foram dadas duas opções: ou elas deveriam se divorciar, ou converter o seu casamento em união estável. Apenas assim Heli poderia possuir o registro civil reconhecendo seu gênero feminino.
Insatisfeitas com a intransigência jurídica de seu país, as esposas ajuizaram ação perante o ordenamento jurídico finlandês e, em seguida, perante o Tribunal Europeu de Direitos Humanos sediado em Estrasburgo, na França. Segundo as autoras da ação, a lei finlandesa impedia-lhes de fruir de direitos básicos assegurados pelo país a casais heteronormativos, tais como o direito à privacidade e à constituição familiar, o direito de se casar e a proibição da discriminação.
Elas perderam seu caso em todas as instâncias jurídicas na Finlândia até a Suprema Corte. Além disso, o Tribunal de Direitos Humanos de Estraburgo rejeitou unanimemente o seu pedido. Essa rejeição causou grande comoção entre grupos de ativistas que comumente se enfrentam: de um lado, os fundamentalistas religiosos “cristãos” (em sua grande maioria, “católicos” e “evangélicos”), os quais se opõem ao reconhecimento jurídico do casamento homoafetivo; de outro lado, os ativistas LGBT, que militam pelo reconhecimento dos seus direitos civis e pela criminalização de tratamentos discriminatórios, homofóbicos, lesbofóbicos ou transfóbicos.
A questão é especialmente espinhosa, pois vivemos em uma época de conhecimento e reconhecimento de direitos. Essa pretensa oposição entre religiosos e LGBTs é falaciosa, uma vez que muitas pessoas no mundo inteiro se reconhecem e se identificam como homoafetivas e religiosas. Se essas duas questões podem coexistir em uma mesma pessoa, certamente devem poder coexistir também no mundo e na sociedade.
É exatamente esse o caso de Heli e sua esposa: ambas são evangélicas luteranas, as quais, por terem vivido por anos como casadas, entendem que a “redução” forçada (por falta de melhor termo) do seu casamento para uma união estável iria degradar o sacramento dos seus votos de casamento.
Em julho de 2014, a Corte Europeia de Direitos Humanos proferiu a seguinte sentença para este caso:
 “A Corte entende que é razoável que a Finlândia requeira a conversão do casamento para união estável como pré-requisito para o reconhecimento jurídico do realinhamento de gênero de uma das cônjuges, uma vez que se trata de uma alternativa jurídica válida, a qual provê proteção jurídica para casais homoafetivos em termos quase idênticos àqueles decorrentes da instituição do casamento. As pequenas diferenças existentes entre os dois institutos (união estável e casamento) não são suficientes para que julguemos que o ordenamento jurídico finlandês esteja descumprindo seus deveres perante seus cidadãos relativos ao Artigo 8 (direito à intimidade e à constituição familiar). Ademais, a conversão do casamento em união estável não afetaria a vida familiar da autora da ação, uma vez que os seus direitos paternos em relação à sua filha, tanto quanto as suas responsabilidades de cuidado, guarda e sustento da criança também mantêm-se preservados”.
Essa sentença judicial foi veiculada por muitos veículos midiáticos, especialmente na Europa, como sendo “uma vitória para os religiosos” e “um revés irreparável para o reconhecimento dos direitos dos LGBTs”. Além disso, aventou-se que a Corte teria, dessa forma, se posicionado no sentido de que “o casamento homoafetivo não era um direito”. Nada disso condiz com a verdade, e tais mentiras foram disseminadas como propaganda de ódio e intolerância contra grupos minoritários.
Na verdade, é preciso separar o joio do trigo: primeiramente, separando os aspectos jurídicos daqueles religiosos envolvidos na questão. Comecemos nos debruçando sobre a questão plenamente jurídica: por mais óbvio que possa parecer, a Corte Europeia de Direitos Humanos é um tribunal cuja atuação se verifica apenas no tocante a direitos humanos (e não direitos civis no sentido tradicional do termo) e sua competência é para legislar somente na Europa. Dessa forma, se o(a) leitor(a) está preocupado(a) com a possível repercussão desse julgado no Brasil, retirando direitos conquistados no País, uma outra obviedade deve ser evidenciada: o Brasil não se localiza na Europa. Portanto, nenhuma sentença prolatada por aquela Corte tem qualquer efeito jurídico no Brasil.
Além disso, o que a Corte Europeia de Direitos Humanos negou na sentença supracitada foi a obrigatoriedade de todos os países da União Europeia (neste caso concreto, especialmente da Finlândia) de legislarem de modo a criar a figura jurídica do casamento homoafetivo em suas jurisdições nacionais. Dessa forma, pode-se entender que a Corte não entendeu que o direito ao casamento homoafetivo seja um direito humano, mas nunca disse que não se trata de um direito, ou que seja um direito inválido ou nulo! Parece confuso? É um pouco difícil mesmo para os que não são da área do Direito, mas não é nada que não possa ser melhor esclarecido.
Um direito humano é aquele que tem, teoricamente, reconhecimento universal, ou seja, de todos os países: trata-se de questões tão importantes para o ser humano que não poder frui-los seria negar-lhes a própria dignidade. Esses direitos são, por exemplo, direito à água, à alimentação variada e equilibrada, à moradia adequada, a votar, a estudar, a trabalhar, a constituir família, entre outros. No Brasil, a maioria dos direitos humanos são reconhecidos pela Constituição Federal (pois outros podem ser assumidos por meio da assinatura de tratados internacionais de direitos humanos) e, no âmbito legislativo interno, são rebatizados como “direitos e garantias fundamentais”. Se tiver oportunidade, leia o Artigo 5° da CF/88, para ter uma ideia do que ora se está falando.
O “problema” em uma Corte como a Corte Europeia de Direitos Humanos reconhecer algum direito como direito humano seria que, a partir dali, esse tal direito ganharia força cogente, ou seja, poder-se-ia cobrar a obrigatoriedade da defesa desse direito de todos os atores subordinados à Corte. Foi isso que aquela Corte se recusou a fazer: ao não reconhecer o direito ao casamento homoafetivo como direito humano, a Corte não obrigou nenhum dos 47 países constituintes da União Europeia a legislar internamente, forçando-os a engolir forçosamente a figura do casamento homoafetivo. Contudo, de forma alguma esse não-reconhecimento implica em dizer que o casamento homoafetivo não seja um direito, ou que os 10 países dos 47 que já possuem legislação que permite o casamento homoafetivo devam refazer as suas leis: nem uma coisa, nem a outra.
A Corte preocupou-se em manter uma parcela importante da soberania dos Estados europeus sob a sua jurisdição, permitindo-lhes resolver internamente esta questão. Em um momento de grandes conflitos internos na União Europeia desde o advento inédito da saída de um País Membro (a saída do Reino Unido do bloco, apelidada de “Brexit”), a Corte tem percebido que o seu papel deve ser menos incisivo, intransigente e mais conciliador e aberto ao diálogo. No fundo, era a própria sobrevivência do bloco que estava em jogo: se o bloco se dissolvesse por causa da questão ali debatida, a própria autoridade da Corte se esvairia, resultando na perda de um processo civilizatório, jurídico e político inédito e bem-sucedido na História Contemporânea da humanidade (a constituição da União Europeia).
Por outro lado, do ponto de vista jurídico, o direito das esposas, no caso concreto em tela, está assegurado com a figura da união estável, que é uma forma válida de constituição familiar. A preocupação jurídica sempre será a de não desamparar às pessoas, relegando-as à própria sorte e aos revezes de viver sem ter o mínimo de direitos e garantias fundamentais inerentes à plena fruição de sua humanidade e dignidade. Assim, a Corte entendeu que elas não tinham causa de pedir, rejeitando a sua petição, uma vez que o ordenamento jurídico da Finlândia lhes oferecia opções para manterem a validade jurídica de sua relação, além de oferecer a Heli alternativas para que o seu gênero fosse legalmente reconhecido.
Durante o processo, as autoras da ação argumentaram que, de um ponto de vista religioso, os seus votos matrimoniais seriam denegridos com a conversão civil de seu casamento em união estável. Isso já não é dever do Estado, ou de qualquer Corte! As questões religiosas são de competência única e exclusiva das igrejas! O dever da Finlândia ou da Corte Europeia de Direitos Humanos era garantir seus direitos fundamentais, o que foi plenamente concedido. Se as peticionantes se sentem dessa forma em relação à sacralidade ou à profanação de seus votos matrimoniais, devem se dirigir à única autoridade competente para lidar com a questão: o pastor responsável por elas na Congregação Evangélica Luterana da qual fazem parte.
Não se deve confundir casamento civil com casamento religioso, pois um pode existir perfeitamente sem o outro, ou podem também ambos coexistirem. De qualquer modo, a existência de um e a inexistência do outro não implica nem na nulidade de um, nem na profanação do outro. Do ponto de vista religioso, “não separe, pois, o homem o que Deus uniu” (Marcos 10:9). Para Deus, qual seria o problema em uma pessoa que nasceu homem e decidiu fazer a cirurgia de realinhamento de gênero tornar-se uma mulher? Deus, porventura, não amaria essa criatura com o mesmo amor, pela sua essência? Porque, então, haveria o Senhor de considerar impuro o casamento que havia abençoado anteriormente? Essa visão tacanha é obra dos homens (e, por que não dizer, do inimigo?), pois o Deus de Israel “não faz acepção de pessoas” (Atos 10:34).
Os desígnios do Pai são perfeitos. Ele certamente não perderia Seu tempo sagrado com esse tipo de futilidades, que são afeitas à natureza humana. Por outro lado, a lei humana é evidentemente imperfeita: trata-se do jogo do possível, dado um momento histórico. Como diz Isaías 64:9: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças (são) como trapo da imundícia”.
Neste momento histórico, tudo o que a Corte Europeia de Direitos Humanos pôde fazer foi pensar na própria sobrevivência, contentando-se em prolatar uma sentença mesquinha e desanimadoramente limitada em sua humanidade. Segundo Eclesiastes 3:1, “tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu”. Certamente há de chegar um tempo no qual todas as nações reconhecerão plenamente os direitos dos LGBTs, mas Deus não está limitado, de forma alguma, pelo fato de essas nações atualmente não terem esse entendimento. Deus nos ama a todos, abençoa e quer bem a todos os LGBTs, prometendo-lhes salvação e vida eterna de forma graciosa, não lhes impondo qualquer espécie de reforma da própria natureza ou de “cura gay”, pois o Senhor os ama como são! Se assim não fosse, não os teria criado da forma perfeita que os criou.
Quando certos grupos que se determinam “religiosos” se libertarem do ódio contra os seus irmãos LGBTs, esses grupos passarão a viver a graça que é presente de Deus, deixando de ser fundamentalistas enfurecidos e passando a ser aquilo que ainda não conseguem ser: verdadeira e essencialmente cristãos



Tuesday, January 31, 2017

Somos Todos Estrangeiros



De acordo com a Bíblia Sagrada a hospitalidade é uma virtude que deve ser cultivada por todos os cristãos. Tanto o judaísmo, quanto o cristianismo ensinam que o reino de Deus é comparado a um grande banquete, para o qual todos os povos são convidados – devemos acolher o estrangeiro, amar o nosso próximo e estar com os mais vulneráveis entre nós. Nas palavras de Jesus: “Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou” – Mateus 10:40
Quando damos boas-vindas a um desconhecido, damos também a Jesus, e quando damos boas-vindas a Jesus, damos também a Deus. Tanto refugiados, quanto imigrantes, desejam ser livres – esses são os que Jesus falou quando disse: “Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me” – Mateus 25:35.
Não podemos nos esquecer que a falta de hospitalidade e a crueldade com que os moradores de Sodoma e Gomorra tratavam os estrangeiros foi um dos motivos pelos quais eles foram destruídos. Algo que pode ser comprovado em Ezequiel 16:49. Criar Barreiras, Levantar Muros, Impor Restrições fundadas em religião, nacionalidade, sexo, cor e classe social, não reflete em nada o comportamento que a Bíblia nos instrui a ter: “Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; pelo contrário, em qualquer nação, aquele que o teme e faz o que é justo lhe é aceitável” – Atos 10:34-35.  
Ademais, todos nós somos estrangeiros, estamos neste mundo por um tempo e logo trilharemos os caminhos da eternidade, seja ela com Deus ou sem Deus. Se aprendermos a conviver em comunhão aqui na terra, estaremos aptos a viver em comunhão no céu. Jesus disse: “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo” – João 17:14

O indício mais forte de que estamos sendo aperfeiçoados para a vida eterna é a capacidade de sermos um com o nosso próximo, e isso implica na saída de si em função do outro, algo que requer um esforço hercúleo contra os preconceitos e egocentrismos passiveis de agir em nós.     Jesus orou por isso: “Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós” – João 17:11

Tuesday, December 13, 2016

Até onde Você iria para Pregar o Evangelho de Jesus?


O novo filme do diretor Martin Scorcese, “Silence” – ainda sem título em português para o mercado brasileiro – narra a história real de missionários cristãos no Japão.
Segundo a crítica especializada, “Silence” é um dos favoritos ao Oscar 2017, por isso teve a sua estreia antecipada para dezembro deste ano, nos Estados Unidos, e já teve uma pré-estreia no Vaticano, no dia 29 de novembro, em uma sessão especial para 400 padres jesuítas.
Os planos do multipremiado diretor para esse filme foram iniciados ainda nos anos 1990, quando Martin Scorcese – de origem católica – viu a oportunidade de transformar o livro homônimo, publicado pelo escritor católico japonês Shusaku Endo (1937-1997), em filme. O cineasta e o roteirista Jay Cocks escreveram a primeira adaptação para o livro, mas os planos não foram adiante.
No livro, Endo conta um romance, ambientado no Japão dos séculos XVI e XVII, em que os personagens narram o choque cultural entre o pragmatismo materialista dos japoneses e a visão espiritual dos jesuítas espanhóis e portugueses.
Estão no elenco atores renomados, como Liam Neeson (trilogia “Batman”), Andrew Garfield (“O Espetacular Homem-Aranha) e Adam Driver (“Star Wars Episódio VII – O Despertar da Força”), entre outros.
Em um dos trailers do filme, a primeira frase é uma citação do Evangelho de Marcos 16:15: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”.
Ao que tudo indica, este filme será mais um sucesso de Martin Scorcese. Acredito que suscitará boas reflexões sobre os trabalhos de missionários dedicados a pregar o Evangelho de Jesus Cristo a todas as pessoas, em todos os lugares - algo que parece cada vez mais distante da realidade dos cristãos de hoje. 


Saturday, December 10, 2016

Vatican Reaffirms Ban on Gay Priests



Pope Francis aboard the papal flight from Rio de Janeiro to Rome, July 28, 2013. When the pope told reporters, "Who am I to judge" a homosexual person, he was emphasizing a part of Catholic teaching often overlooked by the media and misunderstood by many people.

The Vatican on Wednesday declared that “persons with homosexual tendencies” cannot be admitted to Catholic seminaries. This reaffirms a 2005 policy now seemingly at odds with Pope Francis’ famous “Who am I to judge?” response when asked about gay priests in 2013.

The document, entitled “The Gift of the Priestly Vocation,” was drafted by the Vatican’s Congregation for Clergy, and it is meant to offer wide-ranging guidelines for priestly formation. In addition to several quotes from Pope Francis, the document draws heavily from the writings of St. Pope John Paul II and Pope Benedict XVI.

Three of the document’s 210 paragraphs are devoted to “persons with homosexual tendencies” who desire to become priests, drawing primarily from a 2005 document that bans candidates with “deep-seated homosexual tendencies.”

Pope Francis approved the document, according to a letter signed by Cardinal Beniamino Stella, who heads the clergy office.

Quoting the 2005 teaching, the new document says that men “who practice homosexuality, present deep-seated homosexual tendencies or support the so-called ‘gay culture’” cannot become priests.

It goes on to say that gay men “find themselves in a situation that gravely hinders them from relating correctly to men and women.”

“One must in no way overlook the negative consequences that can derive from the ordination of persons with deep-seated homosexual tendencies,” it says.

But men who experience a “transitory” attraction to other men could be admitted to seminaries, it says, again repeating the 2005 document, though “such tendencies must be clearly overcome at least three years before ordination to the diaconate.”

The church allows individual bishops, seminary rectors and the superiors of religious orders to screen candidates for holy orders, and as a result the guidelines issued in 2005 have been implemented in widely different ways.

In some instances, those in charge of entrance to seminaries and religious orders as well as those in charge priestly formation have interpreted it to mean that gay men are prohibited from entering Catholic seminaries.

In others, men who have made homosexuality their primary identity, or have been outspoken in supporting what the Vatican calls the “so-called gay culture,” are barred.

But a third interpretation has been that men who identify as gay can enter so long as they do not act on their desires, and maintain their vows of chastity or promises of celibacy. (Though there are rare exceptions, such as married priests from other faith traditions who become Catholic, priests are required to practice celibacy.)

For example, Cardinal Timothy Dolan, archbishop of New York and former rector of the North American College in Rome, a residence for American seminarians, said in 2005 that he felt that gay men who satisfied all the Vatican’s requirements “shouldn’t feel discouraged” from becoming priests.

The new document says that gay men who seek to enter the seminary must be honest with their spiritual directors, “in a relationship of sincere dialogue and mutual trust,” and that church authorities should, in turn, “dissuade” gay candidates from pursuing ordination.

The language barring gays from the priesthood first came to light in 2005 under Pope Benedict XVI, but it was crafted soon after the clergy sexual abuse scandal broke in the early 2000s.

Some observers said at the time that church leaders were trying to pin the scandal on gay priests, even as psychology and law enforcement experts said there is no link between homosexuality and child abuse.
A letter released with the document in 2005 said that gay priests would be allowed to continue ministry but that they should not train current seminarians.

In 2008, the Vatican issued an update, saying that those overseeing the formation process of would-be priests must look at “areas of immaturity,” including “uncertain sexual identity” and “deep-seated homosexual tendencies,” when determining the suitability of candidates for the priesthood.

In the new document, the paragraphs about gay priests appear between a section about seminarians suffering from mental illness and seminarians who are considered threats to children.

There are no reliable statistics on the number of priests in the United States who are gay. But James Bretzke, S.J., a professor of moral theology at Boston College, said in 2013 that it is “an empirical fact that lots of men are gay who are priests. And they are very good priests.”

"I would also observe that the numbers of gay men and women in the church ministry is probably larger than the general population, precisely because they are not seeking marriage,” he told U.S. News and World Report.

The new Vatican document, dated Dec. 8, the feast of the Immaculate Conception, was drafted in the spring of 2014, about a year after Pope Francis was elected. It then went through several rounds of editing after input from various Vatican offices and bishops from around the world.

Michael O'Loughlin | Dec 7 2016




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