Wednesday, October 8, 2014

Fases da Vida Cristã


A vida Cristã nos apresenta muitos desafios durante a caminhada em direção ao céu. É comum ouvirmos prédicas que nos levam a refletir sobre a importância de exercitarmos nossa fé ante aos problemas da vida - frases como "Jesus venceu, você também vencerá", "Em Cristo Jesus somos mais que vencedores", etc. Alinhado a essa colocação, eu gostaria de propor a reflexão sobre algumas possíveis fases da vida Cristã, nas quais cada cristão é desafiado a ter seu comportamento pautado na Palavra de Deus
1. Fase do descobrimento: Tudo é novidade, tudo é lindo - alguns chamam de primeiro amor - aqui o Cristão é chamado ao desafio de ser moderado, equilibrado emocional, espiritual e socialmente, ele precisa desenvolver o fruto do Espírito;

2. Fase da paixão: Coloca-se adesivo no carro, só se ouve música cristã, os estudos na igreja são maravilhosos, pregações e orações sempre são interessantes, não se pode faltar nenhum evento, a galera da igreja é a melhor do mundo, a frequência aos cultos é de 100%. O Cristão é desafiado a compreender as limitações e decisões do próximo, que às vezes podem ser contrárias à sua fé, pois todos têm o direito de escolher o que querem ouvir, ver, crer, etc.

3. Fase do realismo: Percepção de que a igreja não é perfeita - é composta de pessoas imperfeitas - pessoas com conflitos, pessoas que fazem o bem, mas também erram, até o pastor tem defeitos - o Cristão é confrontado com a natureza humana, ele precisa desenvolver a habilidade de ser misericordioso, compassivo, longânimo e pacificador, seu objetivo deve ser servir a Deus incondicionalmente;

4. Fase da acomodação: Passividade em relação aos erros individuais ou coletivos, não há preocupação com os eventos da igreja, não há comprometimento com a frequência aos cultos, os trabalhos da igreja já não são tão atrativos - o dia e hora que der, faz-se presente. O Cristão é desafiado a sair da mornidão espiritual, a vencer o sentimento de autossuficiência e a produzir frutos para a Glória de Deus - boas obras; 

5. Fase da Obrigação: Faz porque não quer ir para o inferno, o sentimento de ter que fazer, o medo de ser maltratado no mundo, o medo de um  deus carrasco que castiga e ama sacrifícios. O Cristão é desafiado a servir a Deus com alegria, a reconhecer a escolha divina para sua vida, compreender que o objetivo maior da vida Cristã é agradar a Deus em palavras, pensamentos e obras.

Quem sabe você já passou por alguma destas fases ou está passando, a Bíblia nos mostra o caminho para servirmos a Deus corretamente:

"Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras. Servi ao Senhor com alegria; e entrai diante dEle com canto. Sabei que o Senhor é Deus; foi ele quem nos fez, e não nós a nós mesmos; somos povo seu e ovelhas do seu pasto. Entrai pelas portas dEle com gratidão, e em seu santuário com louvor; louvai-o, e bendizei seu nome. Porque o Senhor é bom, e eterna a sua misericórdia; e a sua verdade dura de geração a geração." Salmo 100.


Pastor Marvel Souza 





Tuesday, June 24, 2014

Chamados por Deus


"Quando passamos a entender o chamado de Deus e nos entregamos, pouco a pouco vamos sendo transformados ao formato necessário para o objetivo para o qual fomos chamados.
“E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”.             
 2 Coríntios 3:18
 Uma vez prontos, recebemos o conteúdo, a presença de Deus.
Somos frágeis, Ele nos faz fortes.
Somos inconstantes, Ele é fiel.
Somos desprezados, Ele nos procura.
Somos imperfeitos, Ele é perfeito.
Somos vasos, Ele está em nós.
O poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza do homem.
A Bíblia não quer apenas explicar a sua fé, mas dar sentido ao servir a Deus. Falar sobre seu cotidiano, seus relacionamentos, seus negócios, sua vida devocional, sua vida de trabalho na igreja. Não podemos nos comportar como um grupo de autoajuda quando nosso objetivo é ser igreja de Cristo.
Você já parou para pensar sobre qual é o dom de Deus para sua vida? Você almeja ser um obreiro? Você trabalha no ministério da casa de Deus?
 Temas como fé, perdão, compaixão, salvação, comportamento cristão, liderança eclesiástica, oração, leitura bíblica, relacionamentos à luz da Bíblia, nova criatura, têm permeado seus pensamentos? Chamam a sua atenção?
Quanto tempo tem gastado com adoração, leitura bíblica, oração e evangelismo? Quando foi a última vez que fez um jejum?
Saímos da estrutura antiga, mas não podemos negar que aprendemos muito nela. O Deus que opera lá, apesar das imperfeições, opera da mesma maneira em qualquer lugar onde seu nome é invocado com sinceridade.
Deus o está convidando a responder “sim” para o chamado de “ir” por ele. Quer ser um representante do Pai?
O filho pródigo disse “sim”. Ele aceitou o anel de seu Pai.
Aceitar o anel é aceitar a aliança que Deus tem para você. Com ela você passa a ser representante oficial do Pai Celeste.
Faça do retorno ao ato religioso – religação –, uma oportunidade de vida feliz.Você pode ter se afastado por muitos motivos, mas Cristo quer que você retorne por apenas um: Ele te ama! "

Thursday, May 29, 2014

Em parte conhecemos


Analogia de Karl Barth sobre nosso conhecimento com respeito a Jesus:

"Um homem está em uma janela observando a rua. Lá fora, as pessoas estão fazendo sombra com as mãos sobre os olhos e olham para o céu. Por causa da arquitetura do edifício, o homem não consegue ver para o que estão apontando. Nós, que vivemos dois mil anos depois de Jesus, temos uma perspectiva semelhante à do homem que estava na janela. Ouvimos os gritos de exclamação. Estudamos os gestos e as palavras nos evangelhos e os muitos livros que geraram. Mas, por mais que estiquemos o pescoço, não teremos um vislumbre de Jesus na carne."

Tuesday, April 8, 2014

Culto de Louvor e Adoração


"Todo louvor deve conduzir a adoração, se louvar é bom, adorar é muito melhor..."



"Um culto verdadeiro proporciona aos que dele participam: segurança espiritual, comunhão e reconhecimento mútuo, santificação, visão transformadora, evangelização e alegria espiritual. Também podemos destacar a vitória sobre a carne, sobre as emoções negativas, fortalecimento na fé e firmeza na palavra de Deus. Acima de tudo, o verdadeiro culto leva os servos de Deus à maturidade espiritual e isso significa levar a igreja à unidade como corpo de Cristo.
Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem" (Jo 4:23). Todo louvor deve conduzir a adoração, se louvar é bom, adorar é muito melhor. No louvor você louva por causa dos feitos de Deus, na adoração você adora o próprio Deus, O louvor nasce na alma, a adoração nasce no Espírito, O louvor é um ato, é uma expressão de sua vida, a adoração é um estilo de vida, um modo de viver, na adoração há comunhão, há intimidade com Deus, a adoração afeta o caráter, a adoração é uma expressão de amor, é o nível mais elevado de batalha espiritual, pois move a mão de Deus, embriague-se adorando e amando a este Deus Criador de todas as coisas e terás um novo viver, porque na presença do Senhor há abundância de alegria!”
Texto por Marvel Souza (Pastor da Igreja Metodista IPEG
   

Friday, February 21, 2014

A Graça que Elege


 

No Antigo Testamento encontramos a graça soberana de Deus como elemento primordial no processo de constituição do seu povo. Os personagens envolvidos com o plano divino não possuíam algo que pudesse fazer com que Deus as escolhessem - veja que o último dos patriarcas no livro de Genêsis é um indivíduo complicado que se mostra um exímio enganador, no entanto, ele foi escolhido para ser pai daqueles que precederiam as doze tribos de Israel e mais, de onde viria o salvador; a saber, Jesus o Cristo. No processo de constituição encontramos a graça que elege apesar das virtudes ou defeitos que alguém possa ter. Veja a seguinte disposição que aponta para a manifestação graciosa de Deus em eleger pessoas:
 
  • O filho mais velho de Abraão era Ismael, mas foi Isaque quem recebeu a promessa;
  • O filho mais velho de Isaque era Esaú, mas foi Jacó quem levou a benção a frente;
  • O filho mais velho de Jacó era Rúben, mas seria de Judá que surgiria a linhagem messiânica.
Estes homens foram escolhidos pela graça divina; assim, dessa massa imperfeita, Deus delineou os traços do seu povo.
 
Desse modo, é importante que entendamos que a graça Divina é oferecida a todas as pessoas - Deus continua a chamar para si pessoas que são imperfeitas, ou virtuosas, mas que não são escolhidas por isso, e sim porque Deus é gracioso. Somos envolvidos no projeto de Deus por sua imensa graça que nos inclui, tornando-nos "Incluídos pela Graça".
Escrito e registrado pelo Pastor Marvel Souza 

Tuesday, February 18, 2014

ATROPOLOGIA TEOLÓGICA DA SALVAÇÃO

"Por isso, a salvação aponta muito mais para o futuro que para o passado, para o que podemos ser e seremos, muito mais que para o que fomos"...



ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA DA SALVAÇÃO

 "A vida e a ação de Jesus mostram, claramente, que a salvação que Ele realiza em nome de Deus não é tirar-nos de nossa humanidade mas, antes, tirar-nos daquilo que nos impede de sermos humanos. É nesse sentido que podemos entender, por exemplo, os relatos evangélicos que narram as curas e os exorcismos operados por Jesus: são gestos salvadores que devolvem às pessoas a plena capacidade de humanidade.
Nesse sentido fica mais fácil entender que a salvação não é apenas conserto da natureza corrompida pelo pecado, mas muito mais que isso, ela é dom, acréscimo, dádiva, graça, excesso, abundância. Não se trata de refazer o que o humano foi, mais de dar realização plena às suas potencialidades, isto é, fazer com que o humano seja aquilo que é chamado a ser. Por isso, a salvação aponta muito mais para o futuro que para o passado, para o que podemos ser e seremos, muito mais que para o que fomos.

Na teologia e no pensamento moderno, insiste-se no fato de que o homem não tem uma alma e um corpo, mas é alma e corpo. E, na medida em que ambos são corpo e alma do homem, ele é uno: essa unidade deveria ser o aspecto principal. Somente a partir dela é possível à distinção desses dois aspectos ou dimensão, momentos, nunca partes, de seu ser. O homem é corpo, ou seja, existe no espaço e no tempo, é parte deste cosmos, encaminha-se para a morte; é alma transcende os condicionamentos deste mundo, é imortal, e, em última análise, tudo isso tem sentido porque o homem é ser para Deus, é relacionado radicalmente a Ele. Há no homem uma dimensão irredutível ao material e ao mundano, ontologicamente distinta da realidade corporal. A fé cristã mantém esta concepção como algo a que não se pode renunciar, porque só assim pode ter sentido a concepção do homem criado à imagem de Deus, chamado à comunhão com Deus em cristo e à conformidade com o ressuscitado.    

É preciso uma nova compreensão antropológica que se baseie, inclusive, em Jesus de Nazaré que, para a nossa fé, é revelador do ser de Deus, mas também do ser humano. Com efeito, é Jesus que nos revela o que é humano, ou para dizer de outra maneira, o que significa ser humano neste mundo. A compreensão do ser da humanidade, neste sentido, não parte de minha experiência de humanidade, uma experiência fragmentada e incompleta, mas sim da vida de Jesus, o novo Adão, isto é, o fundador da nova humanidade e, por isso, revelador do ser humano.  
Claro que a formulação antropológica da teologia deve levar em conta os avanços da ciência, sobretudo as chamadas ciências humanas, que ajudam a compreender o significado da humanidade. Hoje, existem multiplicas antropologias, isto é, formas de compreensão do significado do humano no mundo. A antropologia neoliberal, que afirma que o ser humano é o consumo, não é a única antropologia possível nos dias de hoje, e por isso pode ser questionada. Existem, também, as antropologias indígenas que afirmam que o ser humano se realiza na festa e na dança, e não no sucesso ou no consumo.

Mas o discurso antropológico da teologia não pode ser simplesmente funcionalista ou ideológico. Tem de ser teológico, o que significa partir da Revelação. É preciso colocar a questão antropológica aos pés de Jesus, e dele aprender o que significa a humanidade que partilhamos. Não posso escolher uma antropologia segundo minhas convicções ou vontades pessoais, mas sim ver qual ou quais antropologias resistem à critica de Jesus. Claro que as ciências humanas podem ajudar-nos a compreender o que Jesus nos revela sobre nossa humanidade, e assim auxiliar-nos a distinguir aquilo que constrói o humano daquilo que não o constrói. Mas o cristão não perde de vista que a Revelação, de Deus e do humano, vem de Jesus. Aqui, desnecessário dizê-lo, reside toda a importância da cristologia: o cruzamento da história de Deus com a história humana, indicando o caminho da salvação."


Texto por Eduardo Rocha Quintella - Estudante de Teologia no Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora/MG

Wednesday, January 22, 2014

Peneiras da palavra



Três são as peneiras da palavra:

  • Verdade - só devemos falar o que for verdade 
  • Proveito - só devemos falar o que é proveitoso
  • Momento - só devemos falar no momento certo 


Ao falarmos devemos considerar se o que estamos falando é verdade ou apenas boato. Não podemos reproduzir nada sem antes uma boa peneirada na peneira da verdade. A mentira não agrada a Deus, antes é filha do próprio diabo."(...) é mentiroso e pai da mentira" (Jo 8:44 última parte)

Após termos peneirado na peneira da verdade, devemos então usar a peneira do proveito. Nem tudo que é verdade deve ser dito - sinceridade demais quebra relacionamentos, traz feridas ao coração. Evite falar o que não tem proveito. Sua palavra tem que ser como semente, deve produzir frutos de alegria. 

A última peneira se refere ao tempo certo de falar, pois em alguns momentos temos algo que é verdade que é proveitoso, mas só devemos falar no momento certo. Evite falar demais, a bíblia diz: "Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo" (Pv 25: 11)

Monday, November 18, 2013

A Simplicidade do Evangelho



Vivemos uma época em que o estrelismo se faz cada vez mais forte ante as conjunturas sociais e religiosas. É comum encontrarmos outdoors com imagens de cantores, artistas, bispos, pastores, padres, etc. Quando isto está presente na exterioridade dos meios é preocupante e, muito mais, quando se faz presente no interior do cristianismo - o pensamento dominado pelo desejo de querer aparecer e fazer sucesso, ser notado/a pelos outros. No que atine à religião, em especial, líderes lutam para mostrar quem trabalha melhor, quem é mais organizado, quem tem eventos mais atrativos, quem prega melhor, quem canta melhor, quem tem o maior número de membros e por fim, quem tem mais poder financeiro. Uma série de pessoas se vê refém de igrejas altamente competitivas, de pensamentos complexos, de fé estressante e vivência religiosa distante da simplicidade do Evangelho - a imagem do Cristo que se assenta para ensinar multidões no monte é substituída pela do grande Deus que está cercado de anjos, riquezas e nos julga severamente todos os atos. As pregações cheias de argumentações que pouco apresentam as verdades divinas, valorizam o ter em detrimento do ser, o obedecer em detrimento da liberdade de expressão, a auto-justificação em detrimento da justiça divina, a vida simples proposta pelo Evangelho é substituída por uma vida cristã perdida nas fábulas teológicas e nas ideologias de homens que precisam ser pastoreados ao invés de pastorear. Perguntado certa feita sobre o possível fim do Metodismo, João Wesley respondeu: "Não me importo se o Metodismo acabar, mas me preocupo que os homens se degenerem e percam a essência do verdadeiro Evangelho". 

O pensamento de Martinho Lutero ao escrever o credo luterano, reflete bem a simplicidade do pensamento religioso direcionado pelo Evangelho: " Creio que Deus criou a mim e a outras criaturas, que me deu corpo e alma, olhos, ouvidos, braços e pernas, razão e sentidos. Que diariamente me provê roupa e calçado, comida e bebida, casa e família, terras e gado, e tudo que possuo. Que supre com abundância todas as necessidades do meu corpo e da minha vida. Que me protege de todos os perigos e me guarda de todo mal. E que faz tudo isso por Sua divina bondade e por puro amor paternal, sem mérito ou merecimento da minha parte. Assim, agradeço e louvo a Deus, a quem servirei e obedecerei."

Deus nos convoca à simplicidade do Evangelho, à vivência pura, pacifica e agradável de sua palavra.  
          

Tuesday, November 12, 2013

Dignificados por Jesus


"A multidão comprimia Jesus de modo que o clamor do cego não era ouvido e a visão do cobrador de impostos impedida de alcançar o mestre Jesus.
Para piorar a situação do cego, alguém o manda calar a boca, pois o mestre não o ouviria. No entanto, cada vez mais alto ele clamava: “Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim”.
O cobrador de impostos sobe em um pé de figueira, por ser de pequena estatura.
O cego precisa ser ouvido por Jesus.
O cobrador precisa ouvir Jesus.
O primeiro está à beira do caminho.
O segundo em cima de uma árvore também no caminho.
Jesus passa pelo caminho.
O clamor é ouvido.
Zaqueu é visto.
Ao cego Jesus pergunta: “O que queres que eu te faça?”.
Para Zaqueu Ele diz: “Hoje me convém pousar em sua casa.”.
O cego tinha um problema no corpo e queria a cura.
Zaqueu tinha um problema na alma e também queria a cura.
O cego queria ver o mundo colorido, vivo.
Zaqueu precisava ser vivificado para ver as cores de um novo amanhecer.
Jesus cura os dois.
A necessidade considerada deficiência que o cego possuía o impossibilitava de ter uma vida social, pois na época sua deficiência representava incapacidade de trabalho.
A necessidade que Zaqueu possuía também o impossibilitava de vida social, mas não o colocava como incapacitado para o trabalho – cobradores de impostos não eram bem vistos pela sociedade.
Jesus cura o corpo do cego e a alma de Zaqueu.
Estar à margem da sociedade é uma bagagem pesada para se carregar. Ele havia convivido com essa bagagem por toda sua vida até aquele momento.
Zaqueu, quem sabe, não era bem-visto pela maioria das pessoas que o conheciam – imagine a cena de homens assentados em uma roda, conversando sobre as últimas noticias do dia, e quando Zaqueu se achega para a roda é surpreendido com a saída de todos – ele não era bem-vindo às festas, aos bares, ao templo, etc.
Jesus realizou mais que curas: Ele deu dignidade aos dois.
Os presídios estão lotados de pessoas que querem uma nova chance na sociedade hodierna. Pessoas que mataram, roubaram, traficaram etc. Esses querem não apenas ser libertos das grades de ferro, mas buscam dignidade de vida. Eles querem andar pelas ruas como se nunca tivessem cometido barbáries, precisam ser aceitos em empregos, querem constituir família. Como Zaqueu, eles querem um encontro com alguém que os possa ajudar.
Casas de recuperação de dependentes químicos trabalham para reabilitação daqueles que tiveram suas vidas roubadas pelas drogas – abandonaram família, emprego, casa –, caíram em desgraça de vida, muitos passaram a morar nas ruas, debaixo de pontes, pedindo esmolas nos sinais de trânsito, nas rodoviárias – todos à beira do caminho como o cego.
Se traçarmos um paralelo entre o caminho de Jericó e a sociedade moderna, o que encontraríamos? Uma multidão cansada de caminhar com suas bagagens pesadas, trazendo todo tipo de problemas que traumatizam, acrescentando sofrimento a cada dia, ou teríamos uma multidão que já não tem mais solidão porque tem computadores, não sente mais dores, pois tem os magníficos analgésicos, não sofre de insônia, pois tem eficientes soníferos, não há mais assassinatos, pois todos respeitam a vida, têm o que comer, vestir, beber e condições de ter casa própria e boas condições de infraestrutura urbanística e social.
Evoluímos tecnologicamente falando, mas ainda somos incapazes de fazer o que só Jesus fez: “apagar as dores de um passado ruim, fazer um novo presente e dignificar para um futuro próspero”.
Durante um ministério de três anos, Jesus operou muitas curas milagrosas e se deparou com muitos cansados e sobrecarregados – pessoas que precisavam mais do que saúde para o corpo, precisavam de saúde para a alma, precisavam de paz, segurança, confiança, esperança, dignidade e fé.
O ministério do Cristo era tríplice: Ele curava, pregava e ensinava.
As curas aconteciam por um toque no enfermo, ou por uma palavra proferida, ou por uma ação totalmente inusitada, como passar saliva no olho de um cego.
As pregações tinham um teor muito forte para os mestres da época, pois Jesus denunciava o pecado e exigia arrependimento. Ele conseguia reunir multidões à sua volta e também afastá-las.
Os ensinamentos do Cristo se concentravam em salvar a alma do homem, conduzindo-o a um novo padrão de vida.
Dentre todas as pregações e ensinamentos de Jesus, talvez nenhum falou tão forte ao povo daquela época e em todas as épocas como quando Ele disse: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei; tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manço e humilde de coração e encontrarei descanso para as vossas almas, porque meu fardo é leve e meu jugo é suave” – Mateus 11:28-30.
É interessante o fato de o mestre divino pontuar sobre dois tipos de fardos e jugo.
Um é o fardo que adquirimos através do tempo em nossas experiências de vida, muitas boas e outras ruins. Trilhamos a vida com esses fardos. Na verdade, o fardo não pesa no ombro e, sim, na memória.
O jugo é o padrão imposto sobre nossas vidas que nos faz andar apenas para uma direção. Somos forçados a caminhar caminhos que não gostamos. Não temos um norte, levados pelas situações que nos afligem, tendemos a nos entregar ao que muitos chamam de destino.
No entanto, o convite de Jesus não significa deixar o fardo e abandonar o jugo, pelo contrário, pois, Ele mesmo disse: “Tomai sobre vós o meu jugo e o meu fardo”. Isso significa que o Evangelho proclamado pelo Cristo não envolve apenas uma situação do presente do homem, mas de toda a sua história de vida – o que é que cada um de nós veio trazendo de longa jornada em nossos ombros. A ação do Evangelho está atrelada ao bem-estar de nossas lembranças do passado.
Jesus não propõe apagar o passado ruim das pessoas, mas tirar a dor que ele causa.
O jugo significa que Cristo deseja que tenhamos um padrão correto para nossas vidas, que produzamos frutos de arrependimento – a direção deve ser mudada e o desejo de fazer o que é correto deve inflamar os corações.
Tente imaginar a graça de Deus como um grande divã descido dos céus.
O psicólogo Jesus se assenta para ouvi-lo.
Você só precisa aceitar o convite.
Então, Ele passa a ouvi-lo por horas, dias, meses, anos, décadas.
Uma mistura de sentimentos toma conta do ambiente – você chora, sorri, fica com raiva, tem ânimo, sente-se a pior pessoa do mundo, etc.
O mais intrigante é que você não faz tudo isso sozinho. Enquanto você chorava, o psicólogo tirou do bolso um lenço com o qual passou a enxugar a própria face – Ele chorou também.
Quando, em gargalhadas, Ele segurou forte sua mão sem se conter em sua cadeira de trabalho, Ele se segurava para não saltar de alegria – Ele sorriu com você.
No momento em que a raiva apoderou-se de seu humor, Ele brigou por você, mostrou-se consternado pela sua decepção – Ele tomou suas dores.
Assim que você passou a se sentir a pior pessoa do mundo, Ele fez questão de lembrar você de sua palavra: “O Senhor levanta o necessitado do monturo e o faz estar assentado com os príncipes”.
Mais que qualquer outra pessoa, Ele deseja te ver bem, por isso escolheu o melhor lugar para morar: o seu coração."



Monday, October 21, 2013

A Graça Através dos Tempos





Interessante que as mudanças que ocorrem através da história acabam sempre revelando porções da graça de Deus em todas as épocas. Como hoje temos a união de pessoas do mesmo sexo legitimada pela justiça brasileira e de vário outros países, a inserção de classes que outrora estavam à margem do convívio social e familiar. Isso nos prova que Deus se revela gracioso para com os necessitados, cumpre-se o salmo de número 12, verso 5: "Por causa da opressão dos pobres e dos gemidos dos necessitados eu me levantarei agora, diz o Senhor; e porei a salvo a quem por isso suspira."

Leia o artigo abaixo:

John Boswell, historiador e religioso católico, dedicou grande parte de sua vida acadêmica ao estudo do tempo entre o final do Império Romano e início da Igreja cristã. Analisando os documentos legais e da igreja a partir desta época, ele descobriu algo incrível. Havia dezenas de registros de cerimônias da igreja, onde dois homens se juntaram em sindicatos que usaram os mesmos rituais de casamentos heterossexuais. Em compensação, não conseguiu quase nenhum registro de uniões lésbicas, o que demostra que a cultura é muito mais masculina.

Amparado por esta evidência, Boswell publicou um livro em 1994, um ano antes de sua morte, chamado de “Uniões do mesmo sexo na Europa pré-moderna”. O livro será lançado no próximo mês pela primeira vez em uma edição digital. Boswell na verdade começou sua pesquisa na década de 1970, e publicou um trabalho igualmente controverso em 1980 chamado Cristianismo, Tolerância Social e Homossexualidade: Pessoas gays na Europa Ocidental a partir do início da era cristã para o século XIV. Seu livro revela muito do que tinha aprendido ao longo de uma vida de pesquisa em fontes primárias em bibliotecas e arquivos espalhados.

Caso isso seja comprovado, temos mais uma vez a interferência religiosa tradicional, norteando os comportamentos humanos de acordo com o que é conveniente para seus objetivos. 

No entanto, considero que a graça manifesta através dos tempos, jamais poderá ser ocultada por força institucional ou particular - a graça divina se extravasou através dos tempos e não há livros que a possam suportar, nem termos que a possam definir, e nem tempo que a possa parar, ela vem se movendo e vai nos atingir. 


Bible Study Recap – September 17, 2025

Exploring Expressions of Grace in Matthew 10 & 11 One of the beautiful things about gathering for Bible study is how God’s Word continu...