Thursday, September 20, 2018

Teólogos Contemporâneos



1) Karl Barth.

Nasceu em 1886, em Basel, na Suíça. Era um teólogo reformado, porém também era pastor. Em 1911 pastoreou em Safenwyl. Em 1921 foi professor de teologia reformada em Goettingen, em 1925 foi professor em Muenster-in-Westphalia e em 1930 foi professor em Bonn. Em 1935 os nazistas o exilaram, e então ele foi professor em Basel até 1968, ano de seu falecimento.

Ele foi aluno de Harnack, e foi influenciado pelo neokantianismo e por Kierkegaard e também pelo socialismo de Ragaz e Kutter. Quando a teologia liberal estava no auge, ele se rebelou contra seus professores e em 1919 escreveu seu comentário sobre o livro de Romanos, onde praticamente começou a surgir uma nova ortodoxia. Teve influência do reformador Calvino, principalmente por volta de 1925. Enfatizava a teologia bíblica, porém com conclusões racionais. Era um homem de caráter forte e de propósitos e entrou em conflito contra a igreja do estado nazista. Muitos acham que Karl Barth era liberal, mas na realidade ele não gostava do liberalismo religioso e até se manifestava contra. Ele tinha o desejo de retornar a teologia à bíblia e aos princípios reformados. Enfatizou a transcendência de Deus e a realidade do pecado, como também a soberania de Deus, a graça e a revelação. Reconhecia que as escrituras têm imperfeições, mas que a bíblia é a fonte da revelação de Deus como também veículo. Rejeitava o misticismo cristão, e dizia que os liberais falharam, sendo a solução para o mundo o retorno aos antigos princípios religiosos. Barth foi treinado no liberalismo alemão, talvez isso fez ele desapontar com o nazismo. Ele foi um grande expoente da teologia da crise, pregando que a Palavra de Deus é o registro da revelação do Transcendente. Sua teologia propriamente dita é interessante, pois ele achava que as idéias humanas sobre Deus eram meras especulações. A verdade se manifesta pela graça e não pela razão como era defendido por muitos na época. Dizia que a religião têm tendências idólatras, ou seja, revelação era diferente de religião. As experiências místicas devem ser apoiadas nas escrituras e na tradição cristã. O ponto de partido da teologia de Barth era Deus e não o homem, sendo assim aceitava a cristologia clássica e o dogma da trindade, ou seja, suas análises teológicas partia de cima, da trindade, da revelação, da graça, e não das necessidades do homem. Suas principais obras foram: Epistle to the Romans,1919; Word of God and Word of Man, 1928; Anselm, 1931; Church Dogmatics, 4 volumes, 1923-1935; Credo,1935; Dogmatics in Outiline,1947; Evangelical Theology, an Introduction,1962.

2) Emil Brunner.

Nasceu em 1899 e morreu em 1966. Foi um teólogo protestante suíço, sendo que sua formação acadêmica foi em Berlim e Zurique. Foi professor também em Zurique. Brunner não se encaixava no liberalismo protestante e também não se encaixava totalmente na neo-ortodoxia e teologia da crise, ficando assim num estágio “transitório” entre as duas correntes. Defendia que o livre arbítrio é uma verdade soteriológica, porém não é o homem que provê a si próprio a salvação, ou seja, a salvação é dada por Deus, mas o homem possui características naturais para corresponder a Deus, isso em nível soteriológico. Ele, assim como Barth, rejeitou o misticismo cristão, porém afirmava que a razão não pode solucionar todos os problemas da vida, idéia que vai(bate) de encontro a muitos filósofos racionalistas. Afirmava também que há no mundo muitos mistérios e que a teologia não têm o poder de resolver todas as questões, por isso ela possui tantas contradições e seria presunção dela querer resolver esses mistérios. Abordou algo importante para a sociologia ao dizer que a política e a tecnologia podem despersonalizar o homem, e é nesse ponto que entra a teologia, pregando que a revelação cristã visa o homem. Brunner afirmava que a revelação não é proposicional, ou seja, a bíblia é simplesmente o registro da revelação de Deus aos homens e não foi ditado por Deus no processo de escrituração. Brunner era um homem que não discutia tópicos que diziam respeito a milagres ou nascimento virginal, mas seu conceito de espiritualidade era mais em nível de práxis e não de experiências místicas. Sua teologia era formada tendo Cristo como centro de qualquer idéia, assim sendo opôs-se ao intelectualismo teológico. A ética era um assunto a ser vivido no cotidiano, ou seja, combinava a crítica de Kant com o realismo do luteranismo. Apoiou idéias de filósofos como Ebner e Buber que enfatizavam a relação entre o homem e Deus. Apesar de defender o livre arbítrio indiretamente , dizia que o homem é pecador e sempre se revoltará contra Deus, porém se o homem reagir a essa revolta, ele terá o auxílio do Espírito Santo que o tornará uma “nova criatura”. Um dos pontos mais interessante de sua teologia é que ele ensinava que à vontade de Deus se manifesta através da família, do trabalho, da igreja, da cultura, do estado…, sendo assim o relacionamento com a sociedade nos ajuda a identificar como a vontade de Deus opera. Suas obras foram: The Symbolical in Religious Knowledge; The Mystic and The Word; The Fhilosophy of Religion of Evangelical Theology; The Mediator; The Divine Imperative; Man in Revolt; Chritianity and Civilization.

3) Rudolf Bultmann.

Nasceu em 1884 em Wiefelsted e faleceu em 1976. Teólogo protestante alemão, estudou em Marburgo, Tubingen e Berlim. Foi professor em Marburgo. Foi influenciado pelo existencialista Heidegger, por isso Butmann tornou-se um teólogo existencialista. Questões como o nascimento virginal de Cristo, os milagres do Novo Testamento, a ressurreição e a ascensão de Cristo, a existência de demônios, anjos, etc… , Butmann eliminava de sua teologia pelo o processo de demitização, pois achava que muitos dos relatos neotestamentários são frutos da imaginação do homem ou de elementos mitológicos presentes na cultura. Ele dizia que a bíblia fora escrito em linguagem mitológica, que é absoleta para os nossos dias. O teólogo moderno tem então a tarefa de demitizar a bíblia despindo-a de seus trajes lendários, mitológicos e tentando descobrir as verdades existenciais que se encontram nos textos. As pessoas só podem encontrar a mensagem do amor de Cristo mediante a demitização da bíblia. A bíblia em si mesma não é revelação, mas uma expressão primitiva pelo qual Deus se revela pessoalmente, mas não se esquecendo que antes temos que demitizá-la corretamente. Como já disse, Bultmann era existencialista, e um vocábulo bem usado neste meio era “angst”. Angst significa “angústia”, e era usada para descrever a situação básica do homem, ou seja, os existencialistas diziam que devido às situações trágicas que os homens enfrentam nesta vida, todos têm um sentimento de pavor e angústia dentro de si, porém o homem, ou melhor, a existência humana é boa e otimista; o existencialismo acaba entrando no campo do humanismo e às vezes até no ateísmo, como aconteceu com Sartre. Bultmann usa a teologia no meio existencialista, porém ensinando que o khrugma(proclamação do evangelho) como sendo o meio de levar salvação aos homens, deve ser reinterpretada segundo a ótica existencialista, levando em conta a liberdade do homem e sua angústia. O khrugma seria determinadas idéias fundamentais religiosas e morais, seria uma ética idealista. Em se tratando de ética, ele explicava que o homem pode ser dominado por questões carnais, isso gera uma angústia que oprime o homem e o torna escravo, ou seja, nesse ponto ele é totalmente existencialista. Apesar dessas idéias existencialistas, Bultmann afirmava que Deus falou ao mundo através de Cristo e continua falando até hoje. A fé também em certo sentido foi defendida por esse teólogo ao dizer que a fé liberta os indivíduos do passado, trazendo liberdade para viver um bom futuro. O amor também teve espaço em sua teologia como sendo o imperativo fundamental de toda ética. Dizia que o homem precisa ter fé no espírito do evangelho cristão e não precisa de base histórica. Seus escritos foram: Jesus and the Word; Belief and Understanding; Theology of the New Testament; The Question of Demythologizing; History and Eschatology; Jesus Christ and Mytology.

4) Paul Tillich.

Suas datas foram de 1886-1965. Nasceu na Alemanha, mas viveu boa parte de sua vida nos Estados Unidos, onde foi professor no Seminário Teológico União, em Harvard e na Universidade de Chicago. Foi um teólogo-filófoso e representante do existencialismo religioso. Tillich abordava questões humanas com a teologia e as correlacionava até com a economia, as ciências e outros campos de estudo. Usava também a história para construir teologia. Ensinava que a teologia deve unir-se ao empreendimento humano, pois isso a completa e a livra de erros já cometidos na história. É portanto necessário que a teologia correlacione com a política, a ciência, a sociologia, a ética, a antropologia e etc. . Devido sua visão existencialista, dizia que a teologia sistemática deve ter também caráter apologético, analisando a situação do homem em geral, trazendo uma aplicação do evangelho. Usava muita linguagem simbólica, pois cria que o símbolo pode ter mais resultado que a mensagem direta. Os símbolos apontam para a realidade, mas a realidade não resolve os mistérios da vida. Nossos conhecimentos são sempre fragmentados e nunca trará a nós uma resposta de todos os mistérios da vida. Questões como ”céu e inferno” não podem ser literalmente interpretados, pois essas questões apontam para uma realidade mais concreta. Para Tillich, fé é a coragem de existir, essa é uma definição bem existencialista, e redenção é o homem ser um novo ser. A explicação tillichiana de Deus está no campo do existencialismo, pois afirma que Deus é o ser em si mesmo, sendo a resposta para o homem e para a história. Deus também, ao ser o ser em si mesmo, ele passa a ser o fundamento infinito e inesgotável da história. O homem vive alienado, sendo o pecado uma alienação, e sendo a resposta ou solução para essa alienação existencial o Novo Ser em Cristo. Esse teólogo não via a filosofia como inimiga da teologia, pelo contrário, Tillich não é somente um teólogo ou filósofo, mas é um teólogo-filósofo, isso é claramente percebido em suas obras; em seu livro intitulado “Perspectivas Da Teologia Protestante Nos Séculos XIX e XX”, o casamento entre o discurso teológico e a visão filosófica faz dessa obra um livro rico em conhecimento e que aguça no leitor um desejo de conhecer mais. Apesar de Tillich falar muito sobre os símbolos e as linguagens antropomórficas, ele também dizia sobre a morte dos símbolos, ou seja, de acordo que nosso conhecimento cresce e amplia, os símbolos vão perdendo força e a realidade se aproxima mais de nossas concepções. Tillich era um pouco cético em relação às definições de Deus, pois cria que o homem nunca terá a definição verdadeira de Deus, o máximo que pode acontecer é termos uma definição expansiva, mas não completa. Suas obras principais foram: The courage to be, The protestant era, Dynamics of faith, A history of Christian thought, Perspectives on 19th and 20th century protestant theology, Systematic theology

5) Dietrich Bonhoeffer.

Nasceu em 1906 e morreu novo, em 1945 num campo de concentração, isso porque se opunha a Hitler ativamente, até o chamou de anticristo. Enquanto vivia era desconhecido, mas após sua morte ficou conhecido por suas idéias sobre discipulado onde escreveu um livro chamado ”O Custo do Discipulado” onde ele mostra princípios morais e espirituais para o cristão; enfatizava também a disciplina dos crentes. Levava uma vida dedicada e piedosa, e claro com disciplina, combatendo a vida vivida sobre o âmbito do sagrado e do profano ao mesmo tempo, ou seja, ele percebia que em nossa vida devemos viver o que é sagrado. Pelo visto, a vida cristã de Bonhoeffer era vivida com piedade e práxis, por isso se opôs a Hitler. Esse teólogo via Deus como uma realidade única e que essa realidade opera em nós. Bonhoeffer enfatizava o evento histórico da revelação de Jesus Cristo, ou seja, ele via Deus atuando na história, indo contra idéias filosóficas e ateístas da época. Sua idéia sobre a filosofia não era muito concreta, pois por um lado asseverava que a filosofia coopera com o homem ajudando-o a obter a autonomia sobre si mesmo e sobre o mundo, mas por outro lado achava melhor o crente deixar as idéias filosóficas de lado, inclusive o que está inserido na ética e na ontologia. Apesar de ter vivido pouquíssimo tempo, Bonhoeffer escreveu algumas obras, que foram: The Communion of Saints; Act and Being; The Cost of Discipleship; Ethics; Resistance and Submission.

6) Reinhold Niebuhr.

Nasceu em Wright City, no Missouri (USA), 1892. Estudou no Elmhurst College, no Seminário Teológico Éden e na Escola de Divindade de Yale. Foi um destacado pastor e trabalhou na faculdade do Seminário Teológico União. Morreu em 1971. Ficou conhecido por ser envolvente nas questões públicas e por seu pensamento sobre a ética e apologética. Ensinava o pecado original e a posição caída do homem, fazendo parte da escola da neo-ortodoxia. Dizia que apesar do homem estar caído, ele é responsável pelos seus atos, ou seja, o homem é livre. Não era fascinado pela história como Tillich, cria que os conflitos vividos pelo homem vão além do processo histórico, é claro que sua crença na queda do homem e do pecado original, influencia diretamente esse pensamento pendente para a ortodoxia. Sabemos que foi no século XX que a pneumatologia começou a se desenvolver com mais intensidade, porém Niebuhr não salientou o estudo do Espírito Santo, mas na cristologia ele referia-se a Cristo como a “chave” do mistério da existência humana, o “símbolo” do amor eterno. Com apoio em seu pensamento ético ele rejeitou o liberalismo religioso. Gostava dos escritos agostinianos sobre a natureza humana, mas negava a doutrina da total depravação do homem, ou seja, ele rejeitava a concepção calvinista de depravação total, porém não negava a trágica posição do ser humano. Esse teólogo via a verdade apresentada na bíblia, e não a encarava como elemento metafísico. Certa época de sua vida apoiou o marxismo e o pacifismo, mas depois rejeitou essas idéias justamente devido à visão amartiológica marxista, isto é, falta ao marxismo uma compreensão sobre a pecaminosidade do homem, e automaticamente um importante ponto da questão de como o homem pode ser aprimorado. Na política ele reconhecia as irracionalidades do homem, mas buscava meios de dar racionalidade e direção a ele. As mudanças institucionais eram mais importantes do que as mudanças no coração do homem. Niebuhr achava o capitalismo adequado para o meio político, sendo que este sistema pode trazer boas modificações para sociedade. Seus escritos foram: Moral Man and Immortal Society; An Interpretation of Christian Ethics; Beyond Tragedy; Christianity and Power Politics; The Nature and Destiny of Man; The Children of Light and The Children of Darkness; Christian Realism and Political Problems; Pious and Secular America.

Essas personalidades foram os principais teólogos contemporâneos, mas teve inúmeros outros como: Oscar Cullman, Serghiei Bugakov, Ghiorghiou Florovsky, Wladimir Lossky, Henri de Lubac, Von BalthasarJurgen Moltmann…, esse último é conhecido devido à “teologia da esperança

Wednesday, August 15, 2018

Escritores Bíblicos



Escritores Bíblicos

Novo Testamento 27 Livros (13 Livros foram escritos por Paulo de Tarso).

Livro
Autor de acordo com
a teoria tradicional
Autor de acordo com
algumas escolas modernas
Um autor anônimo
Um autor desconhecido, como a maioria dos autores cristãos
Um autor anônimo
Um autor anônimo
O autor de Lucas
Paulo de Tarso ou ditados orais de Paulo
Paulo com coautoria de Timóteo
Um autor desconhecido, mas certamente não foi Paulo
Um escritor do primeiro século, depois da morte de Tiago, o Justo
Um autor, talvez Silas, escrevendo em grego
Certamente não foi Pedro
Um autor desconhecido.
Um autor desconhecido.
Um autor desconhecido.
Judas, o apóstolo, ou Judas, irmão de Jesus
O pseudônimo de um escritor, entre o fim do primeiro século e o primeiro quarto do segundo século.
João, o apóstolo


Os escritores do Novo Testamento, assim como os do Antigo Testamento, foram inspirados pelo Espírito Santo (O termo em grego que define a inspiração bíblica é “Pneumos” (sopro)). No entanto, essa afirmação não indica que todas as produções bíblicas são 100% individuais, como se apenas os escritores tivessem sido incumbidos da responsabilidade de produzir, desconsiderando assim a participação de outros elementos determinantes para a composição dos escritos sagrados. À exemplo disso estão os elementos culturais, humanos, linguísticos e históricos.

Alinhado à isso, encontramos no Novo Testamento as primeiras comunidades de fé, que se formaram a partir dos ensinos de Jesus e dos apóstolos. Estas comunidades influenciaram diretamente a composição dos primeiros escritos que passariam a regulamentar a vida e a prática cristã. Isso fica claro quando elencamos os seguintes pontos:

Ø  Objetivo de cada livro;
Ø  O público alvo;
Ø  Estilo de escrita;
Ø  Conhecimento de causa;
Ø  Idioma empregado;
Ø  Aspectos culturais;
Ø  Aspectos relacionais (Relacionamento do escritor com o público).

Em se tratando dos Evangelhos Sinóticos, considera-se a influência determinante das comunidades que cercavam os seus escritores – a saber: a Comunidade Mateana, Marcana e Lucana. Cada uma destas comunidades contribuiu narrando fatos da vida e da obra de Jesus, bem como influenciou diretamente a escolha do idioma, do estilo de escrita e da escolha do conteúdo, já que os Evangelhos narram apenas os fatos mais importantes da vida e do ministério de Jesus.  

Para a construção do conhecimento sobre as Comunidades Evangélicas que cercavam os autores dos Evangelhos, leia o seguinte artigo: https://drive.google.com/open?id=0BzwoatGF2XjlLVZzbnBobE1INzFzZGxiUHNqUnF6T3ZLRGow

Texto por Marvel Souza


Tuesday, August 14, 2018

Genealogia de Jesus no Evangelho de Mateus e no Evangelho de Lucas


Texto por Marvel Souza

O Evangelho de Mateus apresenta a genealogia descendente de Jesus, destacando sua linhagem real. Por outro lado, o Evangelho de Lucas elenca a genealogia ascendente de Jesus, ressaltando sua linhagem natural (para ser considerado Judeu era necessário ser gerado no ventre de uma judia) e sua linhagem sacerdotal (Maria era integrante de uma família de sacerdotes).



No Evangelho de Mateus, José é descrito como filho de Jacó. No Evangelho de Lucas, como filho de Eli. Isso porque os escritores escreveram com finalidades diferentes, respaldados em leis e costumes da época. Eli, na verdade, era o pai de Maria, porém, segundo os costumes judeus e de muitas outras culturas da época, o genro integrava a genealogia da família da esposa como filho do sogro (a razão disso pode estar na crença de que o homem carregava consigo as sementes da vida, que garantiriam a perpetuação da linhagem familiar).


Wednesday, August 1, 2018

Batismo Cristão

Pastor Marvel Souza (Pastor presidente da Comunidade Cristã IPEG)

Brasília 2 de agosto de 2018
Carta Pastoral sobre o Batismo praticado pela Comunidade Cristã IPEG
Aos membros, congregados e simpatizantes,
 ORDENANÇAS - DEFINIÇÕES
O batismo cristão não deve ser considerado como sacramento de acordo com o que é ensinado pela Igreja Católica. De acordo com os ensinos de Jesus, o batismo é uma ordenança; a saber, a primeira ordenança das duas ensinadas – Batismo e Ceia do Senhor.
          Batismo:“Então, Jesus aproximou-se deles e disse: "Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu ordenei a vocês. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos". (Mt 28:18-20)
        O Batismo deve ser um momento de alegria no Céu, um ato solene, festivo e de grande importância para a vida do candidato ao batismo.
O significado do batismo é morte, sepultamento e ressurreição. Ao sermos batizados, professamos que Jesus padeceu na cruz por nossos pecados para que nós morrêssemos para o pecado. Portanto, a finalidade do batismo é dar testemunho público da fé e salvação em Jesus Cristo.
              EXEMPLO DE BATISMO
O batismo de Jesus é o modelo do batismo que deve ser exercido pela igreja cristã: “Então Jesus veio da Galiléia ao Jordão para ser batizado por João”.(Mt 3:13)  . Jesus tem o seu ministério evangelístico iniciado com um ato de humildade que representa novo nascimento, apesar de ele mesmo não precisar de novo nascimento por ser Santo. Tal ato marca a saída de uma vida de silêncio ministerial para uma vida pública. Da mesma maneira o Batismo praticado pela igreja deve levar em consideração a transição de um ponto a outro da vida do homem. Porém, apenas como uma representação.
Jesus foi batizado por João que era chamado de "Batista" ou o "batizador ou emergidor" por causa do batismo que Deus lhe mandara realizar – Batismo de arrependimento: “Assim surgiu João, batizando no deserto e pregando um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados”. (Mc 1:4) – batismo de caráter temporário, pois visava preparar o povo para receber Jesus, fazendo a transição da lei e profetas do Antigo Testamento, para o Evangelho da graça no Novo Testamento. O batismo cristão destina se a pessoas que já se arrependeram e são salvas. 

            BATISMO POR IMERSÃO
A palavra batismo transliterada do grego “baptizo” significa imergir ou mergulhar. Sempre que a Bíblia se refere ao batismo, a palavra usada é “baptizo”. Em Romanos. 6:3-8 alguns símbolos reforçam o ensino sobre o batismo por imersão, como: "sepultados pelo batismo", "plantados à semelhança da sua morte pelo batismo", etc..
“De maneira nenhuma! Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele? Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados em sua morte? Portanto, fomos sepultados com ele na morte por meio do batismo, a fim de que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova. Se dessa forma fomos unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na semelhança da sua ressurreição. Pois sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não mais sejamos escravos do pecado; pois quem morreu foi justificado do pecado. Ora, se morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos”. (Rm 6: 3-8)
O batismo de Jesus e do eunuco é um exemplo de batismo por imersão (Mat. 3:16;  Atos 8:38-39), através das expressões: “desceram à água” e “saíram da água”.
“Assim que Jesus foi batizado, saiu da água. Naquele momento, o céu se abriu, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele”. (Mt 3:16)
“Assim, deu ordem para parar a carruagem. Então Filipe e o eunuco desceram à água, e Filipe o batizou. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe repentinamente. O eunuco não o viu mais e, cheio de alegria, seguiu o seu caminho”. (At 8:38-39)
           AUTORIDADE DO BATISMO
Em Mateus 28:18-20 Jesus determinou o batismo em nome da Trindade – a fórmula bíblica correta para o batismo é em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu ordenei a vocês. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos". (Mt 28: 18-20)
   
              O BATIZANDO
O livro de Atos trás uma pergunta quanto a condição para o batismo:
“Prosseguindo pela estrada, chegaram a um lugar onde havia água. O eunuco disse: "Olhe, aqui há água. Que me impede de ser batizado?"
Disse Filipe: "Você pode, se crê de todo o coração". O eunuco respondeu: "Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus". (At 8:36-38)
O batismo é permitido a todo o que crê. Em Marcos 16:16 Jesus diz: "Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado". Acredita-se ser esta a interpretação do texto: a palavra “crer” em grego possui um significado amplo, abrangendo também a salvação de todos os males desta vida. Portanto, se consideramos o batismo como ordenança de Jesus, todos os que creem devem ser batizados.
No entanto, não devemos nos esquecer que batismo não salva e nem lava pecados de ninguém.
Faça a comparação entre, João 3:16-18; Rom. 3:20 e 28; Ef. 2:8-9. Nestes textos encontramos a fé que é necessária para o batismo, considerando que o batismo só deve ser ministrado a quem já se converteu a Jesus; quem tenha experimentado arrependimento sincero de pecados, tenha crido pela fé em Cristo, tenha certeza do perdão e da salvação.
A Bíblia nos trás vários exemplos. Todos que criam, e eram salvos, eram logo batizados (Atos 2:38 e 41; 8:12 e 16; 8:36-38; 9:18, etc.). O batismo em águas nada tem a ver com o batismo no Espírito Santo.
Obs. O batismo representa novo nascimento, porém não o produz.     
   
        RESPONSABILIDADES DE QUEM QUER SER BATIZADO
Leitura da Bíblia e meditação nos textos sagrados

A prática da oração

A freqüência aos cultos

A colaboração com ofertas e dízimos

Desejar ardentemente o Batismo no Espírito Santo

Ter uma vida de bom testemunho dentro e fora da igreja – Portar-se com modéstia (Vestes, cabelo, linguajar, relacionamentos) – Honrar com os compromissos sociais, familiares e religiosos

Ser esposo/a de uma só pessoa, em ato de fidelidade

Deixar a liderança da igreja a par de situações que possam impedir a comunhão com o corpo de Cristo

Falar de Cristo para outras pessoas

Honrar os líderes da igreja, orando sempre para que eles possam ter graça e discernimento para lidar com as ovelhas de Jesus

Crer ardentemente no arrebatamento da igreja e na ressurreição dos que morreram em cristo – crer na vida eterna com Deus.

Crer na ressurreição para a morte eterna

Crer na Trindade Santa – Sendo Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito, compartilhando uma mesma substância; a saber, a Soberania Divina.

Conseguir, de forma simples, mas correta, expressar as doutrinas fundamentais da fé cristã (Estão em anexo nesta apostila)

Ter os dez mandamentos como padrão bíblico para agradar a Deus

OS DIREITOS DE UM BATIZADO
Como membro você tem direito de votar e ser votado para cargos ou funções nas assembléias da Igreja

Participar das discussões e dar opiniões

Participar da Ceia do Senhor

Tem o direito a acompanhamento e aconselhamento por parte da liderança da igreja, quando necessário

Tem o direito de ser ajudado com cesta básica, quando necessário for

Tem o direito de ser visitado quando doente

Tem o direito de ter auxílio em oração e visita de alguém da liderança em situação de morte e casamento – Ter a realização de cerimônias de casamento e funeral

Wednesday, July 25, 2018

Evangelhos Sinóticos


Texto por Marvel Souza

Antes de ler o texto, veja: https://www.youtube.com/watch?v=Qd9kH_XtHYA

A palavra sinótico é de origem grega e significa “mesma visão” ou “ver a mesma coisa”. Os três primeiros Evangelhos (Mateus, Marcos e Lucas) são considerados sinóticos, porque apresentam os relatos dos fatos mais importantes sobre a vida de Jesus, oferecendo-nos uma visão completa do que precisamos saber sobre o ministério messiânico. Apesar de cada escritor escrever a partir de um ponto de vista diferente e para um público diferente, as informações registradas nos três evangelhos se complementam.

Provavelmente os evangelhos sinóticos são muito parecidos, porque foram baseados nos testemunhos de pessoas que viveram com Jesus:

Mateus era um dos doze apóstolos. Ele foi testemunha ocular do ministério de Jesus.

Marcos foi ajudante dos apóstolos Paulo e Pedro. Além de Pedro, ele
possivelmente teve contato com outros apóstolos.

Lucas, um amigo de Paulo, baseou seu evangelho em testemunhos oculares e provavelmente também
conheceu alguns dos apóstolos.


Público alvo de cada um dos Evangelhos sinóticos:

1. Evangelho de Mateus: destinado aos judeus.
2. Evangelho de Marcos: destinado a um público gentio, de língua grega e residente do Império Romano.

3. Evangelho de Lucas: destinado aos gentios.

Objetivo de cada Evangelho Sinótico:

1. Evangelho de Mateus Ressaltar a origem real de Jesus, comprovando sua autoridade messiânica.
2. Evangelho de Marcos Destacar Jesus como o servo conquistador (poderoso), servo sofredor e servo triunfante.
3. Evangelho de Lucas Destacar Jesus como homem (ressaltar a humanidade do Messias e destacando-o como o Salvador universal).







Tuesday, July 17, 2018

Comentário sobre o Evangelho de Marcos



"O Cristo é descrito como alguém que está disposto e é capaz de socorrer aqueles que necessitam".

Texto por Marvel Souza (Pastor da Comunidade CristãIPEG)

O Evangelho de Marcos é o menor dos Evangelhos e não possui nenhuma genealogia ou explicação sobre o nascimento de Jesus, como também, não fala sobre o seu ministério na Judéia, pelo contrário, Marcos narra o ministério público de Jesus na Galileia. Talvez isso aconteça em virtude da imagem do “filho do homem”, que é apresentada ao longo das narrativas. Este era o título (filho do homem) que Jesus usava com mais frequência, e aparece por catorze vezes nas narrativas de Marcos. Ao usar esse título, Jesus cumpre uma das profecias do Antigo Testamento: Daniel 7:13.
O Evangelho de Marcos pode ser visto como duas metades unidas pela confissão de Pedro de que Jesus era o Messias (8:27-30) e pelo primeiro anúncio de Jesus sobre sua crucificação (8:31).
Marcos enfatiza a necessidade de fé na pessoa, mensagem e poder de Jesus para socorrer os que precisam (1:15; 1:22-24; 2:5; 4:40; 5:34-36; 6:6; 9:19;) – O Cristo é descrito como alguém que está disposto e é capaz de socorrer aqueles que necessitam.



Comentário sobre o Evangelho de Lucas



"No entanto, a sepultura não pode detê-lo! Sua ressurreição garante a continuação do seu ministério de buscar e salvar o perdido".

Texto por Marvel Souza (Pastor da Comunidade CristãIPEG)

A narrativa mais meticulosa sobre o ministério de Jesus encontra-se no Evangelho de Lucas, que começa contando-nos sobre os pais de João Batista, os pais de Jesus, o nascimento de Jesus e do seu primo, João Batista, a viagem de José e Maria a Belém, onde Jesus nasceu numa manjedoura, e a genealogia de Cristo através de Maria. O ministério público de Jesus, destacado por Lucas, revela a sua perfeita compaixão e perdão para com  aqueles que se arrependem, como nas narrativas do filho pródigo, da ovelha perdida, da dracma perdida, do homem rico e Lázaro e do Bom Samaritano. Enquanto muitos acreditam nesse amor sem preconceitos que ultrapassa todos os limites humanos, outros, especialmente os líderes religiosos, desafiam e opõem-se aos ensinos de Jesus. No Evangelho de Lucas, os seguidores de Cristo são incentivados fazer consciência do custo do discipulado, ao passo que seus inimigos buscam a sua morte na cruz. Enfim, Jesus é traído, julgado, condenado e crucificado. No entanto, a sepultura não pode detê-lo! Sua ressurreição garante a continuação do seu ministério de buscar e salvar o perdido.
Lucas elenca todos os fatos sobre Jesus e os vários contextos em que este desenvolveu seu ministério, dando ênfase à universalidade da mensagem Cristã, mostrando Jesus não apenas como um simples Messias judeu, mas como um Salvador mundial.


Comentário sobre o Evangelho de Mateus



O evangelho de Mateus faz referência a vários textos do Antigo Testamento e se destinava ao público judeu.
Mateus apresenta Jesus como o Messias prometido pelos profetas. A história de Jesus é narrada desde seu nascimento até sua ressurreição. Ademais, Mateus coloca em foco o ministério tríplice de Jesus – pregar, ensinar e curar.
O encontro de Jesus com os fariseus e outros grupos religiosos da época é enfatizado no livro, pois reflete o nível de confusão religiosa que aqueles líderes viviam – Jesus os acusou, dentre outras coisas, de serem hipócritas, mentirosos, judicialistas e legalistas. Em contrapartida, Jesus prega o Evangelho da cruz, que exige renúncia, coerência com a justiça divina, amor ao próximo e apego à verdade.
As pregações de Jesus atraíram multidões, seus ensinos fundamentaram o nascimento do cristianismo e as curas que operou atestaram sua autoridade.
Seu nascimento aponta para o ano aceitável do Senhor; sua morte, para o dia do Senhor e sua ressurreição, para a vinda do Senhor.
A palavra da Graça presente no livro de Mateus aparece em forma de convite:
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”(Mateus 11:28-29).

Texto por Marvel Souza (Pastor da Igreja Metodista IPEG)


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