"se NÃO for INCLUSÃO ECLESIAL PLENA, NÃO é INCLUSÃO!"
"Chego a achar engraçado quando vejo muitos cristãos inclusivos pentecostais e neo-pentecostais preocupados se sexo antes do casamento é pecado, se bebida alcoólica é proibida, se a transexualidade, bissexualidade ou intersexualidade é de Deus.
De fato, eu não consigo ver elementos de Inclusão Eclesial Plena no pentecostalismo e nem no neopentecostalismo. Ser aceito como membro de uma Igreja não significa dizer que esta Igreja é Inclusiva, se os elementos que compõem o fazer cristão ainda são os mesmos elementos opressores de antes, a pessoa só mudou de placa de Igreja, e passou a congregar com mais pessoas iguais a ela, e a ter um pastor/a gay , mas na prática é a mesma coisa.
Pentecostais preocupados com o que eles chamam de santidade (roupas, dons espirituais, jejuns, oração, espiritualização de tudo, pregações frenéticas, algumas até agressivas, uma luta contra imagens, falam mal dos católicos, espíritas, umbandistas e candomblé, vivem uma guerra espiritual caçando poquemons pelas ruas, pastores sem formação teológica, sem experiência de pastoreio, etc). Ademais, 90% das pregações nestas Igrejas são baseadas em textos do Antigo Testamento, e são tantas campanhas - uma mais sem fundamento que a outra.
Os Neo-pentecostais, por sua vez, se preocupam com tudo que os pentecostais se preocupam, vivem uma guerra contra as religiões afro e contra o catolicismo, focam mais na guerra espiritual e comercializam a fé das pessoas - igrejas viram grandes empresas, e as pregações, em sua maioria são baseadas no Antigo Testamento ou viram aulas de coaching.
Os instrumentos de opressão são os mesmos: "Vai para o banco!", "Cuidado porque a Ceia do Senhor ensinada na Bíblia, aqui é a SANTA CEIA", "Segura tua onda pra casar virgem - não pode ter mancha no seu véu", "Transexualidade e Bissexualidade precisam ser estudadas - é estranho...", "Eis que te digo...", "Deus me revelou", "Somos a geração do arrebatamento", etc...
Enquanto Pastor, com Ministério em liderança de Igrejas há 23 anos e teólogo, fico estarrecido com as dúvidas elementares dos cristãos que se dizem inclusivos no Brasil. Eu acredito numa Nova Expressão de Fé em que oferecemos não Direito à Fé, mas o Exercício Pleno da Fé. Direito à Fé nós já temos, o que precisamos é Exercê-la Plenamente, e para isso os líderes não podem se comportar como administradores da fé alheia fundamentados em segmentos cristãos que por si só são excludentes, intolerantes e de fundamentação teológica duvidosa.
Os líderes devem ser facilitadores do exercício pleno da fé, criando um ambiente harmonioso e pacífico de convivência com as diferenças, destacando que Deus é AMOR e Trinitariamente DIVERSO".
(Texto por Marvel Souza)
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